O Mágico de Oz sempre foi uma história que me fascinou.
A estrada de tijolos amarelos, os amigos de Dorothy, o mágico fajuta e, é claro, a Bruxa Má do Oeste, são elementos que marcaram algumas passagens da minha infância, assim como a música Somewhere Over the Rainbow. Não sei explicar como eles me tocavam, mas havia algo de bonito na busca de um leão pela coragem, de um homem de lata por um coração e de um espantalho por sabedoria.
E, como todo arco narrativo que se preze, existia uma luta do bem contra o mal. O mal estava escancarado na nossa cara: a Bruxa Má do Oeste, aquela coisa verde e terrível. A gente não sabe porque ela era tão má, mas a gente sabe que ela queria os sapatos vermelhos, que pertenciam à sua irmã, a Bruxa Má do Leste, que morreu embaixo da casa de Dorothy. Ela tinha um motivo. Mas sempre me incomodei muito com a figura do mágico de Oz, que de mágico não tinha nada. Que não ajudava em nada. E que usou Dorothy e seus amigos somente para acabar com sua arquiinimiga verde. E aí vinha Glinda, tão bonita e graciosa, dizendo que Dorothy poderia voltar ao Kansas quando bem entendesse.
Oi?
Quem é essa gente Falsiane?
Corta para 2009. Estava em Chicago a trabalho quando vi um musical em cartaz: Wicked, a história da Bruxa Má do Oeste. As respostas da minha infância deveriam estar todas ali.
(ledo engano, ainda faço terapia, mas a gente adora saber a origem do mal)
Enfim, fiquei absolutamente, incrivelmente, totalmente e todos os outros “mentes” que vão superlativar o adjetivo encantada. Agora use esses mesmos superlativos para descrever minha sensação ao sair do cinema no último domingo.
A-M-E-I Wicked.
Além da produção lindíssima e das atuações de Ariana Grande e Cynthia Erivo serem dignas de indicações ao Oscar, o filme traz à vida uma história que celebra a amizade, explora a jornada de autodescoberta e questiona as complexidades da moralidade e do pertencimento.
Uma das coisas que me passava pela cabeça era a questão: o que é ser mau?
No centro de Wicked temos a situação dos Animais, um grupo marginalizado que foi privado de sua capacidade de falar e viver livremente. Elphaba (a Bruxa Má do Oeste) luta contra essa injustiça que - olha só - é liderada pelo líder do reino de Oz, o Grande Mágico, um tirano que controla a opinião popular para exclusão e opressão.
Uma de suas falas está ecoando em mim até agora:
“Uma das maneiras de unir um povo é dando a eles um inimigo".
Ca-ra-ca. Ele está falando de Oz ou do Brasil com sua propaganda política? Será que não foi exatamente assim que travou-se uma luta direita x esquerda cheia de ódio? Quem você odeia, Lula ou Bolsonaro? Escolha seu lado, odeie seu vilão, idolatre seu líder e lute contra seu inimigo cegamente. #medo
É exatamente aí que a gente percebe que Elphaba, a "Bruxa Má", é a verdadeira heroína da história. Ela representa a luta contra a injustiça e a demonização dos diferentes, usando sua força e resiliência para dar voz aos excluídos.
Wicked é lindo! É cheio de cor, de música, de uma fotografia maravilhosa e efeitos de encher os olhos, mas sob sua superfície purpurinada, o filme nos desafia a olhar além das aparências.
Sim, todos são Falsianes. Agora preciso assistir novamente ao Mágico de Oz.
E o marketing, Andrea Cristina?
Desculpa, qual é o orçamento de marketing de Wicked?
Essa foi a pergunta feita na internet quando o Arco do Triunfo, em Paris, foi iluminado com as cores tema do filme.
O valor não foi divulgado, mas com certeza as mais de 400 parcerias com marcas ajudaram MUITO na verba total.
Pudera, não é difícil criar collabs com Wicked. Uma personagem é verde. Uma personagem é rosa. Então, tudo o que você realmente precisa é de um produto verde e um produto rosa, e você também pode aproveitar o orçamento de marketing do tamanho do Arco do Triunfo da Universal Studios.
E por que tantas collabs?
Bom, acho que Barbie foi o filme que elevou as parcerias entre filme com grandes orçamentos e marcas. Com ele, reforçou-se muito o quanto é benéfico para o estúdio e para marcas se aliarem. São vários os fatores:
Aumentar a demanda da marca
Aumentar a participação de voz (share of voice), que mostra mostra o percentual de visibilidade da sua marca em relação aos concorrentes
Aumentar o buzz
Oferecer aos consumidores algo realmente surpreendente
Expandir a base de consumidores
Aumentar o conhecimento sobre seu público, o que lhe interessa e motiva
Na semana pré lançamento do filme, eu estava nos EUA e o país está literalmente pintado de verde e rosa. Praticamente todas as lojas tinham algo de Wicked. Veja alguns exemplos aqui embaixo.
Vou deixar você com esses 3. tem muito mais AQUI.
E aqui, o anúncio da target com Elphaba herself.
Eu queria comprar tudo, néam? Mas com o dólar a praticamente R$6, só comprei um caderno mesmo.
Não aprendi dizer adeus
🎞️ Quer uma crítica mais completinha de Wicked? Tem na news - AQUI
🛍️ Collab brasileira que já estou de olho: a da Riachuelo.
🫣 Meu filho me perguntou se precisa fazer faculdade para ser YouTuber. Dois dias depois vi essa reportagem e chorei.
💚 Por que Wicked importa? O autor dessa news compara a história de Elphaba à opressão que os judeus sofreram na Segunda Guerra Mundial. (Em inglês)
🎤 Minha amiga Cacá me contou que as atrizes cantaram ao vivo no filme. Ou seja, nada de gravação e dublagem. Fui atrás dessa informação, encontrei o vídeo abaixo e me emocionei.
Ora, mais da newslettersfera, claro!
“Nossa, que chique, você é escritora". Deixa eu te contar, miga. Ou melhor, deixa a te contar da romantização da escrita. Apenas leia.
💌 Essa semana a Pet Letters da recebeu o texto da . A Cynthia não tem pet, mas tem várias histórias de Pet Sitter. Dá só uma olhada AQUI.
💌 Mas a Cynthia não deixou de escrever a news dela, a , que inaugura a lista dos filmes de Natal para assistir em dezembro. Eu AMO e você?
💌 Quando o Brasil descobriu Fernanda Torres: amei o termo “Fernandatorrização das redes sociais" da .
💌 arrasou nessa edição da Segredos em Órbita Para à pergunta que abre a news, eu respondo: sim, a inveja anda de mãos dadas com a vaidade.
💌 Caso tenha perdido, semana passada falei de algo que polariza nosso mundo atual: a AirFryer.
Mas deixo você ir
Não sem antes te contar que o Ballet onde faço aulas de sapateado já fez uma adaptação de Wicked em um espetáculo de fim de ano. Foi anos atrás, lá em 2006, quando a gente dançava Britney Spears nas festinhas. Como não canto, só dancei mesmo. Fui - pasme - bruxa. Assim genérico mesmo. Mas foi divertidíssimo fazer parte da Cidade Esmeralda e ter meu próprio momento Wicked para guardar na memória.
Até semana que vem!
- Andrea
amiga, não gosto de musical (confesso), mas vou assistir Wicked só por essa news kkkkk
Amei a News. E olha que Oz nem faz parte das minhas memórias.