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Contratamos uma enfermeira obstetrícia para nos orientar sobre o parto, tirar algumas dúvidas e nos acompanhar no nascimento do bebê. Que surpresa foi abrir a porta de casa e descobrir que ela era minha vizinha nos tempos áureos de faculdade.
O engraçado é que, na época, eu tinha a certeza de que sua mãe odiava me ter como vizinha. Pudera, o prédio ficava a menos de um quarteirão da ESPM e o apartamento era um verdadeiro entra e sai de estudantes barulhentos, além de ser ponto de concentração nos dias de festa na quadra.
(pausa um suspiro saudoso)
Tampouco eram silenciosos os dias em que minha roomie e eu estávamos sozinhas. Nós éramos suficientemente barulhentas, em especial nas alvoroçadas gargalhadas até altas horas da madrugada.
Porém, ao julgar pela alegria da Rachel diante desta grande coincidência, se eu um dia fui o caos para meus vizinhos, o caos foi apenas um vento forte, que atrapalha, mas passa sem dano, ao contrário do furacão, que causa destruição e leva ao trauma. Ufa. Ainda bem, pois me senti muito confiante por poder tê-la ao meu lado, especialmente para sanar minhas dúvidas cabulosas sobre o que anda acontecendo com o meu corpo. Meu maior medo do momento? Não saber se é hora de correr para a maternidade ou não.
Ainda com o colo do útero fechado e sem encaixe nenhum do preguiçoso que reside em minha barriga, meu último diálogo com ela foi marcado pela ingênua esperança de entrar em trabalho de parto ainda essa semana.
– Raquel, ando tendo várias cólicas!
– É mesmo? Tem que observar a duração e o intervalo entre elas.
– Bom, os intervalos estão regulares.
– De quanto em quanto tempo?
– Uma a cada 5 horas.
Ela riu.
* * *
Esse post foi escrito no dia 22 de agosto de 2014, em meu blog “Engravidei”, que era o meu escape para as angústias da primeira gravidez.
Rafael, meu primeiro filho, nasceu uma semana depois, dia 28 de agosto. Por isso, a edição número 28, da semana que vamos comemorar 8 anos de seu nascimento é dedicada a ele, que é um ser humano iluminado e muito especial.
Pode esperar por alguns conteúdos moderninhos.
The Spaghetti Problem
Rafael ama macarrão. É seu segundo prato favorito depois do arroz-feijão-e-ovo, que eu jogo na panela e misturo tudo. Esse prato fino e elegante chama-se “mexidão".
Como a news de hoje é uma homenagem a ele e, vira e mexe, falamos sobre criatividade por aqui, resolvi te contar sobre o Spaghetti Problem.
Pra me lembrar em detalhes sobre o Spaghetti Problem, recorri ao pai dos burros, o Google, claro. Achou que era quem? O Aurélio? Bom, o melhor achado sobre o tema está aqui. De qualquer forma, como prometido, vou te contar.
Um gerente da Microsoft testou centenas de executivos, alunos de MBA, engenheiros, crianças de 5 e 6 anos e “Faria Limers” durante 7 anos.
O objetivo era construir a maior torre possível usando:
Adivinhe quem se saiu melhor!
Os Faria Limers com seus copos Stanley, enquanto jogavam beach tennis de camisa branca e mocassim, claro.
Brincadeira. Você sabe quem: as crianças de 5 e 6 anos.
O segredo: eles entraram no jogo. Sem se ater, obviamente, em conceitos de física ou qualquer outra coisa, eles tentaram muitas vezes. Testaram mais alternativas que todos os outros dentro do mesmo período de tempo. Eles tentavam, falhavam, aprendiam e tentavam de outra maneira.
O sistema das crianças era de protótipo e teste. Protótipo e teste. Protótipo e teste. Protótipo e teste — até o tempo acabar.
O que isso tem a ver com criatividade?
Bem, dizem por aí que as pessoas são mais criativas quando têm um prazo apertado. Isso até que funciona, mas a melhor ideia não vem de você ficar esperando, ela não cai do céu. Ela chega até você quando você começa a fazer, quando põe a mão na massa. Faça.
Faça mesmo que sua primeira ideia seja ridícula. Aí vc a abandona e faz de novo, mas dessa vez com o aprendizado da primeira tentativa. E você vai indo, sem se agarrar demais a uma ideia que não deu certo. Aprenda, desapegue e passe para a próxima.
Igual escrever. Às vezes não sei o que vai sair do meu texto ou como vou desenvolver minhas ideias, mas eu começo. Mesmo que eu mude completamente o texto depois. Começar, testar, refazer, até chegar lá.
Então, se você quer exercitar sua criatividade, seja pra resolver um problema ou pintar um quadro, invoque sua criança interior. Volte aos 6 anos de idade e faça, desapegue sem sofrer e faça de novo.
P.S.: nada contra os Faria Limers. Eu mesma jogo Beach Tennis e acho o copo Stanley bem bom pra tomar cerveja em lugares quentes como Ribeirão Preto.
Mais um pouco sobre o Rafa e mais um pouco sobre mercado
✂️ A aula que o Rafa mais gosta é a de Cultura Maker. Aliás, a cultura maker tem revolucionado a educação e até mesmo os negócios, especialmente por criar uma alma empreendedora nos alunos. É super interessante! Vale a pena saber um pouco mais lendo pelo menos um desses artigos que selecionei, um do SEBRAE (Este AQUI) e um do meusucesso.com (AQUI).
🎮 Rafael AMA seu PlayStation 4, mas já estou vislumbrando no horizonte o momento que ele vai evoluir para o 5 e nós seremos uma família com 2 Playstations. Um articulista da Wired, morrendo de dó de vender seu PS4 depois da parceria de tantos anos, criou diversos usos para ele e deu algumas ideias para seus leitores. Veja AQUI. (em inglês)
🎶 Uma das músicas favoritas do Rafa chama-se Roll or Die. Trata-se de um rap muito bem feito, gostoso de ouvir, que é parte de um jogo de videogame chamado Cuphead (tem série no Netflix também, com o mesmo nome). O artista? Não faço ideia. No Spotify o artista está como Rockit Music. “Googuei” Rockit Music e apareceu uma empresa que vende instrumentos e equipamentos para músicos. Achei o que eu queria quando procurei por Rockit Games.
A empresa é especializada em criar músicas para jogos de videogame, animes, filmes e programas de TV. Trabalham em parceria com grandes empresas de streaming e tem uma capilaridade de distribuição enorme. Uau! Eles organizaram até uma festa em Chicago, a Nerd Party Con, onde fãs de games puderam dançar a noite toda ao som dos seus hits favoritos do mundo virtual.
Comecei a reparar nas músicas que os amigos do meu filho me pedem para colocar quando estão comigo no carro. São todas de videogame. “Tia, põe a música do Freddy do Friday Night at Freddy's". “Mãe do Rafa, põe Friday Night Funkin”. “Tia, põe Cuphead, Animatronics, Rayman”… A lista é longa e eles sabem cantar todas.
Aí eu fico pensando: são crianças de 7 e 8 anos de idade, que amanhã serão jovens adultos e ditarão as regras da música, da TV e do entretenimento. Olha só o poder que as empresas como a Rockit Music estão construindo.
Na minha opinião, enquanto artistas se preocupam APENAS em fazer shows no metaverso, para conquistar as novas gerações, (muitos desses shows com relativamente pouco acesso, como o de Young Thug no Meta, que teve 140 mil visualizações), eles deveriam pensar em se unir com franquias de games, para divulgar uma música, co-criar novos sons e, assim, cativar e cultivar uma nova legião de fãs.
Quer mais uma prova de que a parceria entre a indústria musical e a de games está apenas começando e tem tudo para crescer? A gigante Epic Games, empresa por trás do Fortnite, adquiriu este ano a Bandcamp, uma plataforma online para artistas independentes divulgarem e venderem a sua música autonomamente.
Por que será que a Epic Games deu esse passo? Veja a incrível análise desse caso neste post da Trapital, newsletter sobre o mercado de hip hop.
E você? O que você acha desses movimentos do mercado da música? Me conta!
Pois é, o mundo está mudando em uma velocidade difícil de acompanhar. Fazer o que? Eu nasci na época que a maior invenção era o fax.
Hoje, quando vejo meu filho, de apenas 8 anos, inserido na tecnologia, dominando mundos virtuais, me apresentando raps de videogames que eu até gosto e chego a ouvir sozinha, penso que ele tem muito a me mostrar e ensinar.
Sei que tenho sorte. Tenho sorte de poder trocar com ele as lições emocionais e da vida, aquelas que ele só vai entender por completo quando for mais velho, com a beleza que é acompanhar o novo mundo através de seus olhos. Coisa que só vou entender mesmo, quando for mais nova.
Prometo que te conto tudo.
Até a próxima!
- Andrea
(para falar comigo, responda esse e-mail ou escreva para andrea@ideaonline.com.br)
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Tenho um pequeno de 2 anos em casa e me imaginei aos 8 revendo os interesses dele tão diferentes dos meus. A parte da música em games me pegou!!!
Amei tudo de hj!