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Você quer morar na Disney?

E uma história real sobre viver uma fantasia

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Andrea Nunes
fev 23, 2022
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Quando eu era bem pequena, meu pai foi à Flórida a trabalho. Ficou lá por cerca de um mês e, em um dos finais de semana de folga, foi visitar a tão falada Walt Disney World. Com sua câmera Olympus Trip 35 à mão, papai registrou um castelo de tirar o fôlego, um desfile de personagens dos mais diferentes contos de fadas, um barco a vapor para um passeio no Rio Mississipi (oi? ele não estava na Flórida?) e trouxe diversas outras fotos que atiçaram a minha imaginação durante toda a infância.

Eu morei numa Disney imaginária por anos e anos, até que, no o início do plano Real, meus pais conseguiram me colocar numa excursão para o lugar dos meus sonhos.

Eu chorei, confesso. Fui muito zoada por isso pelos outros adolescentes idiotas que faziam parte do grupo. F*d@-se eles. Emociono-me até hoje ao ver o castelo da Cinderella, embora hoje eu saiba que não existe quase nada dentro dele e que ele é mais um túnel que um castelo.

A Disney é verdadeiramente um lugar onde os sonhos se tornam realidade, mas não podemos nos esquecer também de que, antes de tudo, trata-se de uma empresa. Uma GRANDE empresa, inclusive. Com ações na bolsa, planos de dominação mundial e todo o resto que faz a magia escorrer pelo ralo.

Porém, a Disney tem um enorme diferencial: seu nome está atrelado a qualidade e confiabilidade. É por isso que o primeiro tópico dessa edição da nossa newsletter é relacionada a um projeto super ousado da empresa.

Veja o que separei pra você essa semana:

  • O ousado projeto da Walt Disney Company;

  • A fantástica história de Anna Delvey e meus questionamentos a respeito;

  • Um filme de 2009 que veio à minha mente depois de escrever os dois primeiros tópicos;

  • Só isso. Ou tudo isso. Tem bastante coisa aqui para se pensar.

Vamos nessa?

Basta dizer as palavras mágicas: Miska, Mooska, Mickey Mouse!


Você quer morar na Disney?

Na última semana vi diversos artigos sobre um projeto bem ousado da Walt Disney Company: uma comunidade chamada Storyliving by Disney.

Twitter avatar for @DisneyD23
Disney D23 @DisneyD23
Announcing the latest chapter in the wonderful world of magical Disney products: new Storyliving by Disney home communities: bit.ly/350dDdU
2:32 PM ∙ Feb 16, 2022
158Likes38Retweets

Embora ousada, a idéia não é assim tão nova.

Quem conhece a história da EPCOT, não consegue deixar de se lembrar de que o sonho de Walt Disney era que, ao invés de um parque, aquela área fosse uma cidade inteira. EPCOT significa “Experimental Prototype Community of Tomorrow” (Protótipo experimental de uma comunidade do futuro, em uma tradução livre).

Décadas depois, a empresa construiu a cidade de Celebration, na Flórida, que foi vendida em menos de 10 anos após sua fundação.

Embora Walt Disney tenha nos deixado antes de realizar seu sonho, os executivos da empresa que ele fundou estão aqui para que ele aconteça. Semana passada a Disney anunciou que está construindo uma a Storyliving by Disney em Rancho Mirage, Califórnia, e que “locais adicionais nos EUA estão em exploração para futuros projetos”.

O site da primeira Storyliving inclui a arte conceitual de espaços públicos, incluindo um clube à beira-mar e um distrito comercial. Olha só que beleza:

Fonte: Storyliving by Disney website

Tudo lindo, né? Até a gente começar a questionar.

Primeiro: a premissa da Disney é felicidade, família e alegria, mas uma cidade não é feita só disso. Vão existir pessoas deprimidas, doentes, solitárias, adolescentes rebeldes, pequenos delitos e, por que não, crimes maiores? Já existem até piadas no Twitter sobre o policiamento da Disney e “a ala psiquiátrica do Mickey Mouse” – o que é terrivelmente inconsistente com a marca.

Twitter avatar for @adiiiiiiiiina
🧚🏽‍♀️ @adiiiiiiiiina
imma be the first person admitted to the mickey mouse psych ward
Twitter avatar for @DiscussingFilm
DiscussingFilm @DiscussingFilm
Disney has announced ‘STORYLIVING’, their own residential neighborhoods that will allow fans to “look for new ways to make Disney a bigger part of their lives.” https://t.co/sx1AFVuZXr
6:28 PM ∙ Feb 17, 2022
68Likes7Retweets

Segundo: imagine que você vive em uma cidade controlada por uma única empresa. Enquanto alguns pensadores futuristas veem isso como uma tendência e preveem um futuros com diversas comunidades comandadas por empresas de diferentes segmentos, precisamos pensar: o que aconteceria com as pequenas empresas? E com a independência da mídia? O que seria das escolhas próprias, pessoais e íntimas das pessoas que vivem e trabalham para uma marca única? E se eu resolvesse assistir Netflix ao invés de Disney+?

Terceiro: o site de Storyliving diz que este é um projeto para Adultos Disney. Não é preciso dizer mais nada, né?

Mas o que será que os super fãs da Disney têm a dizer sobre isso?

Ainda não sabemos, mas semana passada a The Hustle fez uma pesquisa rápida com super fãs e obteve 359 respostas. Entre elas:

  • 52 pessoas estiveram nos parques da Disney mais de 100 vezes (!!!!!!)

  • 26 pessoas têm tatuagens da Disney (conheço algumas)

  • 151 pessoas disseram que morariam sim em uma comunidade planejada pela Disney.

Conclusão: embora exista muito questionamento sobre esse plano ser utópico ou até mesmo ético, é bem provável que a Disney obtenha sucesso com seu projeto imobiliário.

Próximo passo: dominação mundial. Alo, Elon Musk?


Vivendo uma fantasia.

Shonda Rhimes está por trás de Inventando Anna, que estreou há pouco na Netflix.

Essa é a história real de Anna Delvey, uma garota de vinte e poucos anos que convenceu a alta sociedade de Nova York de que era uma herdeira alemã com milhões na conta quando, na verdade, vinha de uma família russa de classe média.

Anna quer fazer parte da alta sociedade, quer ser respeitada, quer ter dinheiro e luxos e, para isso, cria um projeto de um clube privado no Soho, que promete revolucionar a cena artística da cidade. É um sonho ousado, que precisa de patronos e um financiamento bilionário, mas tudo o que ela tem de concreto é uma apresentação em Power Point. O Golpe tá aí, cai quem quer.

Mesmo assim, Anna consegue enganar dezenas de pessoas, reunir um dream team para trabalhar em seu projeto e fraudar bancos, morar em hotéis de luxo por meses sem pagar e enganar a alta sociedade nova-iorquina.

Devorei a série em poucos dias e fiquei pensando em algumas coisas:

  1. As pessoas que confiaram em Anna, acreditaram na imagem de Anna. Bom, que cada um vive atrás de sua própria máscara a gente já sabe. Nos mostramos para o mundo diferentemente do que somos por dentro. Eu me mostro virginiana, mas minha alma é canceriana, por exemplo. Hehehe. Hoje em dia as máscaras são ainda mais fáceis de serem criadas com o acesso às redes sociais. Será que aquela blogueira de maternidade acha mesmo tudo surreal de lindo mesmo quando chove nas férias na praia?

    Acho até que temos que nos perguntar se as pessoas criam seus personagens sozinhas ou nós os criamos com base naquilo que vemos? Pra qual dos seus conhecidos você emprestaria dinheiro com a certeza de que ele pagaria de volta, somente pelo o que ele mostra ser pra você?

  2. As pessoas são realmente burras? Ou será que vivemos em uma sociedade onde todo mundo usa todo mundo? A babação de ovo e a pose de rica pode te levar pra onde você quiser, ou pra bem perto disso. “Fake it till you make it”, ou “finja até conseguir". Aliás, até a jornalista que escreve sobre Anna (verdadeira protagonista da série, sejamos francos) e o advogado da vigarista usam sua história para atingir objetivos pessoais. Será que não é isso? Será que muitas vezes as pessoas não questionam as histórias justamente por estarem se aproveitando delas?

  3. O efeito manada é algo real. Quando possíveis investidores se encontraram frente a frente em um evento sobre o empreendimento de Anna, a confiança naquela estranha aumentou. Surreal. Se o fulano pular, eu pulo também.

A série foi inspirada neste artigo da The New York Magazine AQUI.

Você já assistiu a série? Me conta o que achou!

Se não assistiu, veja o trailer aqui:


Sobre viver fantasias:

Você já viu o filme de 2009, The Joneses?

Os Jones se mudam para um bairro de classe média alta de uma cidade americana qualquer. A família é aparentemente perfeita. Tantos os pais quanto os filhos são lindos, educados, inteligentes e populares, o que faz com que os vizinhos se espelhem neles.

Só que existe um pequeno detalhe que ninguém sabe: os Jones não são uma família de verdade. São quatro atores contratados por uma empresa de marketing para incentivar a venda de diversos produtos: de cortadores de grama a carros ou roupas.

Influência, já ouviu falar disso?

O filme é interessantíssimo e traz um tema muito atual.

Conheça os Jones no trailer do filme AQUI.


Hoje nossa news foi um pouco mais analítica e com menos links, mas com assuntos não menos relevantes. A ideia foi levantar a bola dos temas relacionados a sociedade de aparências, influência e até onde as marcas podem chegar para entrar literalmente na vida das pessoas.

Caso queira bater um papo sobre o tema, me chama pelo e-mail, Whatsapp ou me encontra no beach tennis. Hehehe.

Até a próxima semana!

- Andrea

(PS: para falar comigo, apenas responda esse e-mail ou escreva para andrea@ideaonline.com.br)

Obrigada por ler até o final e não se esqueça de compartilhar :)

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👩🏻‍💻 curadoria e textos por Andrea Nunes, empreendedora, marketeira, curiosa e aspirante a escritora.

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Mari Conrado
Mar 17, 2022

Amiga, topo ser sua vizinha de novo! Bora viver lá? Em tempo, já adicionei seu blog (vc chama de blog?) no favoritos. Loving it.

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