Primeiro as boas notícias!
Ai, que loucura: jornalismo de soluções, memes, Narcisa e memes da Narcisa.
Na semana passada tirei o grito de liberdade que estava entalado na minha garganta: as máscaras caíram aqui no Estado de São Paulo. Minha primeira reação foi o êxtase. Perdi as contas das vezes que pensei em como seria bom tirar a máscara do rosto. E quando as espinhas no queixo começaram a estourar então? Afff…
Até havia parado de treinar nas esteira por não conseguir correr de máscara. Tá bom vai, usei a máscara para não correr mais na esteira. Enfim, o que eu quero dizer é: respirei aliviada.
Não quero entrar no mérito aqui sobre a decisão de tirarmos as máscaras ser precipitada ou não, mas, pra continuar essa news, preciso compartilhar com você o quanto estava radiante com a notícia.
Aqui embaixo, de cara pintada, no cavalo, sou eu:
Deu pra entender, né? Eu estava MUITO feliz.
Até que entrei no Twitter.
O Twitter é o muro das lamentações da internet. É uma rede social que eu adoro, é verdade. Também é verdade que a descrição do meu perfil é “estou aqui só pra reclamar", então preciso fazer o mea culpa. Mas, caraca, tem dias que não quero reclamar nem ler reclamação. Nesses dias preciso me lembrar de não entrar na porcaria do Twitter.
O tanto de gente questionando a liberação das máscaras me deixou encucada e insegura. O tanto de tweet alarmista me deixou com medo. O tanto de gente falando que o Brasil é um país de 💩, me deixou triste. A cada tweet lido, meu coração se acelerava e não era mais de euforia.
Fechei o aplicativo e comecei a refletir.
Estamos há 2 anos com medo. Estamos há 2 anos recebendo notícias ruins de todos os lados. Junto a isso, ainda lidamos com a perda de familiares, amigos, conhecidos, gente que a gente conhecia e sabia que era gente boa demais pra partir.
Desemprego. Ruas cheias de pessoas pedindo ajuda. Novas cepas. Novo lockdown. Inflação alta até em países onde nunca se ouviu falar em inflação. Até que, pra coroar esse período: uma guerra.
Desculpem-me meu francês, mas ca-ra-lho. Eu estou exausta e você?
Não é à toa que tanta gente teve burnout (eu), depressão, desenvolveu fobias e o pior: ficou chata. O tanto de gente chata aumentou consideravelmente nesses últimos dois anos, já percebeu?
Eu. Não. Aguento. Mais.
Por isso peço licença aqui para vestir aqui meus óculos cor-de-rosa.
Quero notícias boas, pelamordedeus. Não é possível que NADA de bom tenha acontecido nesses dois anos!
Mas teve coisa boa e a gente precisa enxergar. Existe positividade NÃO TÓXICA sim e ela é um respiro! Um sopro de esperança. A gente precisa disso pra viver, pra seguir vivendo, pra ser luz pra quem precisar de luz. Pra educar nossos filhos com alegria. Pra evitar somatizar tudo em nosso corpo e adoecer.
Fechei a porcaria do Twitter. Só vou usar pra acompanhar o Big Brother. Quero saber das boas notícias, dar risada e sentir esperança. Se você topar, te ajudo a fazer isso também.
Veja o que trouxe pra você essa semana:
Onde encontrar notícias boas no meio da desgraceira
O que boas notícias têm a ver com o marketing
Seção desopilação de fígado: uma seleção de coisas legais pra distrair e dar umas risadas.
Todo mundo de óculos cor-de-rosa aí?
Então bora!
Primeiro a boa notícia
Existe um jargão no jornalismo que é o “good news, no news”, ou seja, “notícia boa não é notícia".
Sensacionalismo vende, a gente sabe disso. É do ser humano se prender a algo que nos choca e que mexe com nossa zona de conforto. Porém, o bombardeio de notícias ruins acaba com qualquer ânimo, como a Wired abordou neste artigo ainda no começo da pandemia e como mostra esse estudo da Universidade da Pensilvânia.
A ideia sobre ler boas notícias não envolve você se alienar do mundo, mas ponderar e escolher não virar a cara às notícias positivas. Elas também existem e são importantes especialmente para nosso estado de espírito. A Vogue portuguesa inclusive fez uma reportagem sobre isso aqui.
Então, vamos caçá-las! Você sabia que existem sites e perfis em redes sociais que focam só nisso? Olha só:
Aqui no Brasil:
✅ Adorei o “Só Notícia Boa”. Acesse o site deles AQUI e a página no Instagram AQUI.
✅ Existe também o Jornal de Boas Notícias.
✅ Uma página só de coisas boas do Rio AQUI.
✅ O Update or Die é um site também super bacana. Não é focado em notícias positivas, mas tem muito conteúdo de inovação, entretenimento, cultura… Acho bem legal de acompanhar!
✅ Também não é de notícias positivas, mas o perfil The Summer Hunter traz uma super energia de verão todos os dias em seus conteúdos.
Na Gringolândia:
✅ Revisa e site Positive News
✅ Adorei também o Upworthy, que tem como jargão “Entregando a você o melhor da humanidade todos os dias”.
✅ O perfil Good News Movement no Instagram é bem bacana também.
✅ E esse perfil AQUI, o Unnewscessary? O artista por trás dele transforma boas notícias em ilustrações? Amei!
O marketing e as boas notícias
Existe uma linha de jornalismo chamada “Jornalismo de Soluções”. De acordo com a matéria feita sobre o tema pelo Media Talks, essa é uma forma mais elaborada de jornalismo.
Ao invés de apenas relatar fatos, o jornalismo de de soluções tem como foco o modo como as pessoas estão tentando resolver problemas e o que podemos aprender com seus sucessos ou fracassos.
Tá, e aí?
Aí que matérias escritas dessa forma tendem a ENGAJAR MAIS A AUDIÊNCIA. Em pesquisa feita nos EUA, as notícias com soluções tem taxa de engajamento de 51%, enquanto aquelas que só relatam fatos (desgraças) têm 32%.
Agora vamos lá: engajar a audiência significa mais visibilidade. Mais visibilidade significa mais parceiros comerciais. Mais parceiros comerciais significa que conteúdo jornalístico não precisa ser sensacionalista para ser rentável.
Além disso, o jornalismo de soluções tem se mostrado muito eficiente para:
Aumentar a positividade das pessoas e o seu interesse pelos problemas sociais
Criar confiança (e, arrisco dizer, esperança)
Aumentar o engajamento cívico, uma vez que as pessoas ficam incentivadas a tomar alguma atitude (compartilhar a notícia, que seja), para ajudar a causa.
A organização Solutions Journalism tem, inclusive, um banco de dados animal para que jornalistas de todo o mundo busquem soluções em diversas áreas de atuação, que você pode acessar AQUI.
Vou reforçar que, se você quiser se aprofundar no tema, leia a matéria do Media Talks (AQUI). Está realmente muito boa, com dados concretos de pesquisas recentes.
Agora, vamos desopilar o fígado.
Coloque seus óculos cor-de-rosa e vem comigo!
✅ Esse é o meme que mais me fez rir essa semana:
✅ O currículo digital do Ariel Roffé é o mais legal que eu já vi na vida. O cara teve a manha de criar um joguinho tipo Mario Bros, pra demonstrar suas competências. Nem preciso ler, tá contratado!
✅ Essa igreja em Londres foi convertida em - pasme - uma piscina de 24m! A igreja faz parte do Repton Park, um antigo hospital psiquiátrico de 1842, que foi transformado em um centro de bem estar (a.k.a. academia), mantendo sua estrutura gótica. Incrível, né? Você paga a sua penitência fazendo mil metros borboleta.
✅ Falando em igrejas convertidas, em Denver, no Colorado, você pode visitar a Igreja Internacional da Cannabis, que é aberta ao público por algumas horas por dia para tours, sessões de meditação guiada, yoga e eventos de música e comédia. Você não precisa ser um usuário para visitar e o uso de cannabis pelos funcionários é proibido. Parece ser linda, bem psicodélica.
✅ A Disney acabou de lançar uma playlist de músicas lo-fi, que são aquelas com simplicidade de arranjos, livres de vocais e que ficaram mais conhecidas durante a pandemia, quando as pessoas buscavam algo para manter o foco no trabalho enquanto os filhos gritavam na sala.
Ouça no Spotify:
✅ Já jogou TERMO? Dá pra perder um tempinho. É pra nerd. É viciante. A sorte é que o jogo nos limita a apenas uma rodada por dia. Caso contrário, eu ficaria uns 3 dias jogando, sentada no mesmo lugar, igual senhorinhas ratas de cassino.
✅ Agora o melhor dessa edição. Sou fã de um podcast chamado Além do Meme, do jornalista Chico Felitti. Cada episódio traz o perfil de uma pessoa que teve sua vida mudada, para bem ou para mal, depois de viralizar na internet. Ele fala da grávida de Taubaté, do Nissin Orfali, do Fofão da Rua Augusta, entre outros.
O episódio que ouvi essa semana foi o da Narcisa Tamborindeguy, the face of Rio e um meme ambulante. Super recomendo. É um badaloooooo!
Em tempo: no colégio tinha um menino que sempre me falava que eu lembrava a Narcisa pelo sorriso e espontaneidade. Fim.
Essa foi a décima edição da newsletter Andrea Me Conta. Comecei trágica e terminei com a Narcisa, o que significa uma incrível melhora no meu humor. Sorte do meu marido.
Na semana que vem tentarei escrever, mas não prometo. Estarei envolvida na organização do primeiro evento presencial da minha empresa após a pandemia. Estou pilhada e ansiosa já faz um mês. Coitado do marido.
Um beijo e, se não nos vermos na semana que vem, na outra estarei de volta!
- Andrea
(PS: para falar comigo, apenas responda esse e-mail ou escreva para andrea@ideaonline.com.br)
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👩🏻💻 curadoria e textos por Andrea Nunes, empreendedora, marketeira, curiosa e aspirante a escritora.
Amo o copo meio cheio