Os russos estão chegando
Marketing, redes sociais e storytelling em mais um acontecimento histórico das nossas vidas.
Essa semana eu estou só esse meme:
Eu adorava as aulas de história. De verdade. É claro que nunca quis viver uma guerra ou uma pandemia, mas sempre me pegava pensando sobre o que os meus filhos estudariam na escola. Bom, acho que eles já têm bastante material. Podemos voltar a normalidade, por gentileza?
Hoje temos pelo menos algumas vantagens em relação a outrora: memes. Atravessar um período histórico sem memes é algo que eu não quero nem imaginar. É por isso que hoje, nosso primeiro tema é relacionado à maior plataforma de surgimento de memes da atualidade: o Twitter.
Nossa news de hoje tem:
O papel do Twitter na guerra Russia vs Ucrânia
Os piores tweets sobre o conflito
Um café que manda os russos se ferrarem
Uma jaqueta para usar no apocalipse
Ходімо!
(vamos lá em ucraniano)
Como tuitar na guerra
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os usuários do Twitter no país foram aconselhados a ter cuidado ao compartilhar informações nas redes sociais para proteger sua segurança. O Twitter postou dicas e considerações (em inglês e ucraniano) para limitar os dados de localização e outras medidas de segurança na plataforma.
É fato que ninguém sabe se comportar nas redes sociais durante uma guerra (né?) e achei importante o posicionamento do Twitter sobre isso. Mas o que pode ser feito quando os países em conflito estão se provocando online?
Sério. Existe uma guerra paralela e ela inclui memes e trolagem.
Estou falando da conta oficial do Twitter da Ucrânia, que postou memes, trollou a Rússia e tentou tirar a conta oficial do Twitter da Rússia da plataforma.
Tipo isso (lembre-se: essa é a conta OFICIAL do governo):
Ou esse tweet aqui:
“Marque a Rússia e diga o que você acha deles”
Eita atrás de eita. Estão errados? Não sei. Não existe um manual para tuitar durante a guerra. Só sei que a conta foi duramente criticada online.
Voltando ao tema do começo dessa news, eu acredito que, ao estudar esse momento da atualidade, os livros de história deverão obrigatoriamente incluir os memes do período estudado. Isso é, se as crianças ainda estudarem por livros, mas isso é tema pra outra newsletter
As principais análises que mais deixaram Vladimir Putin
Continuando com o tema “a guerra e a rede social", deixo aqui com vocês o link de uma thread muito especial: os piores tweets sobre o conflito, um compilado do jornalista Pedro Ribeiro Nogueira. Aliás, o título sensacional dessa seção não é meu, infelizmente, é do próprio Pedro.
Clique para ler inteira:
Um blend de café que deixa Vladmir Tristin
Desculpa a piada ruim. Eu tentei, juro que tentei ser melhor que isso.
Quem foi infinitamente melhor que eu foi o café holandês Moyee, que lançou seu novo blend: Russian Warship: Go F*** Yourself (traduzindo: navio de guerra russo: f***-se).
A empresa lançou o produto apenas um dia depois que as tropas russas atacaram a pequena Ilha das Cobras, de propriedade da Ucrânia, no Mar Negro (precisei procurar no mapa, confesso).
O nome do novo blend nada mais é que a resposta dos guardas de fronteira ucranianos, pouco antes de morrer, quando os russos lhes exigiram que se rendessem.
Essa nova mistura de café, além de condenar as agressões de Putin, fornece apoio financeiro ao povo ucraniano ao doar 100% do arrecadado a uma instituição de amparo a refugiados ucranianos na Holanda.
Visão de marketing:
Impossível não destacar a rapidez no lançamento dessa campanha de arrecadação de fundos, especialmente se comparamos a velocidade de a empresa colocar esse novo blend no mercado com a dificuldade dos países em discutir quais sanções decretar. A iniciativa privada sempre é melhor no timing.
Cada vez mais, as pessoas se importam com o que as empresas fazem para o mundo e menos com discursos vazios, que não acompanham ações. SER CONSISTENTE COM O DISCURSO é um intangível altamente percebido pelos consumidores.
Quando você ENVOLVE seus clientes, eles se sentem fazendo algo de bom para ajudar no contexto mundial atual, se envolvem com o propósito da sua empresa e, consequentemente, com sua marca.
A jaqueta contra o apocalipse
Quando eu falo que uma boa redação é essencial para a venda de produtos e você não acredita, eu venho aqui pra provar.
Já que estamos falando em guerra, conheça a nova jaqueta da marca de roupas tecnológicas Vollebak: a Apocalypse Jacket, que te protege até de um apocalipse zumbi.
A empresa se apresenta como criadora de roupas do futuro, usando a ciência e a tecnologia para isso. Eles afirmam que nos próximos 10 a 100 anos, as roupas serão usadas para aumentar nossa força e percepção sensorial. “Elas nos ajudarão a nos tornar mais rápidos, mais inteligentes e a viver mais”.
Não é de se espantar, portanto, que a empresa tenha desenvolvido uma jaqueta a partir de um material super resistente inventado por Dr. Carl Marvel (parece saído de histórias em quadrinhos, eu sei), para o programa Apollo da NASA no final dos anos 1950.
A jaqueta, que tem proteção contra lava negra, incêndios e até erosão química ainda vem com 23 bolsos para, caso você esteja sob ameaça de um ataque de zumbis, consiga carregar tudo o que precisa. Ou seja, durante um cenário apocalíptico, ela é tudo que você precisa para sobreviver e, ainda por cima, de forma estilosa.
O copywriting
(você sabe o que é copywriting porque leu a essa newsletter aqui) :
Agora vem a melhor parte. Quando entramos na página da jaqueta no site da empresa, o copy te convence que:
o fim está próximo;
existem diversas maneiras do mundo acabar;
a roupa que você usa faz toda a diferença nesses momentos.
Um trecho do texto:
“(…) quando se trata de sobrevivência, são nossas roupas que podem fazer a diferença entre a vida e a morte. O que você está vestindo quando ocorre uma catástrofe pode ser todo o seu guarda-roupa para as próximas semanas, estações ou até décadas. Você pode precisar correr. Você pode ter que abandonar a mochila. E você conhece aqueles suéteres surrados e cheios de buracos que os sobreviventes usam em filmes como Os Filhos dos Homens, A Estrada e Um Lugar Silencioso Parte II? Não servirão para nada”.
Se você quer um exemplo de redação de marca bem feita, entre na página e leia. Se você não lê em inglês, clique no botão direito e selecione “traduzir para o português". Eu tenho certeza de que você vai se convencer que precisa de uma.
A empresa ainda antecipa sua dúvida:
“E se não houver um apocalipse zumbi? No caso de não haver apocalipse zumbi, esta ainda é uma das jaquetas mais fortes e à prova de fogo já construídas”.
O Storytelling
A arte de contar histórias, conhecido no meio da propaganda como “storytelling” tem sido fundamental para a marca Vollebak.
É claro que produtos tão inusitados geram, inevitavelmente, histórias fascinantes. No site da empresa a gente pode ver algumas delas, com seus produtos postos a prova em regiões inóspitas como o ártico, ou ajudando a sobreviver na floresta Amazônica.
Ah, uma curiosidade: os fundadores da empresa, os irmãos Steve e Nick Tidball eram nomes de peso da publicidade da Inglaterra antes de fundarem a marca. Steve, inclusive, é responsável por todo o copywriting da marca.
Veja um artigo legal sobre a Vollebak AQUI.
Mais uma vez, obrigada por ler até aqui. 🥰
🤩 Se tiver alguma sugestão, crítica, elogio ou quiser só bater papo, é só responder a esse e-mail ou me chamar nas redes sociais.
Se não, nos vemos na semana que vem!
- Andrea
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👩🏻💻 curadoria e textos por Andrea Nunes, empreendedora, marketeira, curiosa e aspirante a escritora.