Aladdin jogava no Tietê Futebol Clube, time grande do Brasil e do interior paulista: nove títulos paulistas, quatro títulos brasileiros, cinco Libertadores da América e nenhum interclubes. Final do interclubes no Japão: “Tietê x Glasgow Rangers”, da Escócia.
No treino para o jogo da final interclubes, Catinho se contundiu e o técnico, Serê Romana, colocou Aladdin no ataque porque Catinho jogava nessa posição. Cinco minutos antes de começar a decisão interclubes, os jogadores de cada time passam ao lado do troféu, grande e dourado. Mas quando Aladdin passou ao lado do troféu, fez o sinal-da-cruz, prestou atenção no troféu, esfregou-o. Logo da tampa saiu Pelé.
– Pelé? – assustou-se o Aladdin.
– Sim, sou eu mesmo.
– Pelé, quero jogar bem hoje, mostrar tudo o que tenho, mas não sei fazer isso.
– É facil…
– Como?
– É só você ter garra, vontade, determinação e Fé em Deus.
– Farei isso, Pelé.
Pelé saiu do troféu e assistiu o jogo. Ouça o final do jogo com a narração de Sérgio Guedes:
– Léééo avança, driblaaa o quarto zagueiro, cruzooou, a cabeçada, no goleiro, na trave! Aaaaaa bola se encaixa na gaveeeta direita do Estádio Nacional em Tóquio! Tinha que ser na gaveta dos Rangers! Aladdin! Camisa nove! Quarenta e quatro e meio do segundo tempo, um a zero Tietê! Vai apitar o juiz Oscar Rosas e apita! O Tietê é campeão mundial interclubes de futebol!
– Ummmmmmmm! Aladdin só pediu para jogar bem hoje, mas aprendeu! – disse Pelé, nosso gênio
* com este texto meu primo Virgilio ganhou o concurso de redação “Crie um Aladdin Diferente” promovido pelo caderno “Folhinha”, da “Folha de S. Paulo”, em 28 de Agosto de 1993. Ele tinha 11 anos. Hoje é especialista em marketing do esporte, faz locução e comentários de esportes e é escritor do canal olímpico. Uma pena ele estar escrevendo tão pouco em seu próprio blog.
Mulheres no esporte
Minha filha Mariana tem apenas 5 anos, mas é extremamente observadora. Uma vez me perguntou porque a Liga da Justiça tem apenas uma mulher (a Mulher Maravilha). Respondi que é porque foi um homem que criou.
Essa semana, vendo a Copa do Mundo pela televisão, me perguntou se só meninos jogavam no torneio. Expliquei que esse é o campeonato masculino, mas que existia um feminino também e que nós íamos ver juntas.
- Quando, mamãe?
- Em breve.
Não faço a mínima idéia de quando é a Copa do Mundo de Futebol Feminino. Socorro, Google!
Isso me fez pensar sobre a valorização do masculino no esporte. Ou melhor, a falta de valorização do esporte feminino. Já percebeu que valorizamos tanto as seleções e atletas masculinos e deixamos as mulheres sempre em segundo plano? A gente só começa a valorizar alguma atleta mulher quando ela já tem uma grande conquista. Aí passa a disputa até na Globo e não somente em um lugar escondido da Sportv de madrugada.
Engraçado que se fala tanto em empoderar as garotas, em incentivá-las a fazer tudo que quiserem, a correr atrás de suas conquistas e tal, mas na hora de parar o país para assistir um esporte, nunca este esporte é feminino. E não estou falando nem só de Copa do Mundo, mas SuperBowl, Copa do Mundo de Rugby, etc.
E nas conversas com os amigos então? Já percebeu que a gente conhece muito mais atletas homens que mulheres?
Fiquei intrigada e pesquisei um pouco sobre o assunto, até encontrar uma campanha da Vivo para as Olimpíadas de Tóquio, que chama a atenção para um estudo realizado pela Unesco que trouxe, em 2019, um resultado impactante: de toda cobertura esportiva mundial, apenas 4% do espaço é dedicado às modalidades praticadas por mulheres.
A partir dessa informação a Vivo lançou o movimento #JogueComElas, para trazer luz e discussão sobre o tema. Infelizmente não encontrei nada muito concreto sobre o resultado desta ação. Se alguém tiver, me manda!
Mas olha só, na semana passada, coincidentemente, me deparei com um artigo que diz que o The Athletic, uma marca do The New York Times, pretende dobrar a cobertura de esportes femininos em 2023. Acho que isso pode ser um indício de uma grande tendência para os próximos anos, hein?
Inspiração
No New Plan Journal conheci esse perfil lindo do Instagram, que conta histórias de mulheres no esporte:
Mais Copa do Mundo, já que estou monotemática:
Infográfico: Os clubes dos jogadores das seleções da Copa de 2022.
Torcida do Equador grita: “queremos cerveja” na abertura da Copa.
A Revista Gama explica o que é um mini-craque. Eu já sabia.
Os memes da derrota da Argentina para Arábia Saudita.
Poucos dias antes da Copa começar, o Qatar vetou a venda de cerveja nos estádios, pegando de surpresa a Budweiser, patrocinadora oficial do evento. A Bud, que fez uma campanha milionária para essa Copa, envolvendo influenciadores e grandes nomes como Messi e Neymar. Sobrou cerveja nos estoques e uma solução: o vencedor da Copa leva tudo.
Por fim…
Vamos que vamos, Brasil!
Até a próxima semana!
- Andrea
Amei o primo Virgílio! Demais!