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Eu definitivamente preciso de um pitch melhor.
Mas parem um minuto para pensar como algumas coisas da vida não se prejudicariam nem um pouquinho com um uma pitada de marketing.
Vou dar alguns exemplos começando pela Cristina.
Cristina é a dona de uma marcenaria muito boa, que conhecemos há bastante tempo, na reforma do nosso primeiro apartamento.
O trabalho da Cristina é impecável, tanto que a indico para Deus e o mundo. Porém, da última vez que que prestou um serviço em casa, houve um mal entendido sobre o horário que seus funcionários chegariam aqui e, quando chegaram, eu estava na aula de yoga, aqui no prédio mesmo. Ninguém conseguia falar comigo (yoga, né amores? Tava lá no mindfulness) e eu acabei demorando uma meia hora pra me inteirar da chegada dos marceneiros para, logo em seguida, me surpreender com a decisão que eles haviam tomado de ir embora. Paciência, não foi má fé. Eu não sabia que horário chegariam.
Dois dias mais tarde eu recebo uma conta de mais de R$400,00 para cobrir os custos do dia não trabalhado. Argumentei que era injusto e não se falou mais nisso. Porém, quando chegou a última parcela do serviço que eu havia contratado, lá estavam os quatrocentos e poucos Reais, embutidos na conta.
Isso me deixou bem irritada. Vocês sabem quanto custa um cliente irritado? No meu caso custa a minha indicação. Decidi que não a indico para mais ninguém.
O que o marketing tem a ver com isso?
Ora, se a Cristina soubesse um tantinho sobre fidelização de clientes, sobre o poder de um cliente feliz e satisfeito, se ela conseguisse medir o tamanho do valor que eu sozinha já gerei para o negócio dela, ela arcaria com os custos do dia que seus próprios funcionários decidiram ir embora.
Com um pouco de conhecimento de marketing ela saberia que a indicação é uma das maneiras mais eficientes, rápidas e de baixo custo para escalar um negócio, usando o principal ativo de uma empresa: seus clientes.
Na outra ponta existe a Maria, minha dermatologista.
Ela é incrível, uma das melhores de São Paulo, com uma clínica linda, imensa e luxuosa. Ela não se tornou essa pessoa da noite para o dia. Eu a conheci quando ela já tinha uma clínica boa, mas que não era nem de perto o que é hoje. Ela não é grande conhecedora de marketing, mas já conversamos sobre persona, sobre meios de comunicação e estratégia.
Hoje sua clínica tem diversas dermatologistas mas, como é o nome dela que está na placa da frente, ela passa em praticamente todas as salas em seus intervalos para dar um beijo nos clientes pacientes. Quem está lá se sente valorizado por essa pequena ação, que completa o atendimento já bem cuidadoso dos profissionais.
Uma vez, meu filho Rafael se queimou e ela, além de me atender, fez 10 sessões de led para cicatrização no menino e não quis me cobrar nem um centavo, mesmo eu insistindo. Disse que fez isso por mim, uma cliente que está lá pelo menos duas vezes por ano há 10 anos e que a indica de olhos fechados.
Pode ser feeling? Pode ser o jeito, a personalidade de cada um? Pode. Mas não deixa de ser marketing, mesmo que não seja intencional.
Mas o marketing - ou falta dele - não fica evidente somente na entrega de um produto ou serviço. Quer ver só?
Está no Tinder? Você precisa caprichar na sua foto e descrição pra chamar a atenção de alguém. Mais ou menos como um produto na prateleira ou um anúncio numa revista.
Precisa decidir sobre que roupa usar numa entrevista de emprego e pensa: se é agência de propaganda, posso ir de tênis e com um look mais relaxado. Você está pensando como um designer de embalagem.
Cada um dos seus três filhos te pede uma coisa diferente para fazer nas férias, mas, se você analisar bem, eles têm a mesma vontade. Como transformar isso em um único destino que funcione para todos, atendendo à necessidade deles e não aos seus palpites é o trabalho de um gestor de produto.
Você conta uma história com moral para sua filha de 4 anos aprender a se comportar de uma determinada maneira? Você é um storyteller.
Estou viajando muito na maionese?
Alguém ainda fala “viajando na maionese”?
Marketing na cozinha
Seguimos com esse exemplo de marketing que mora na bancada da minha cozinha e que me salva todos os dias:
“Air Fyer” é um marketing brilhante. “Fryer” (fritadeira) significa delicioso, mas ruim para você. “Air” (ar) significa puro/limpo/sem adição de nada. “Air Fryer” evoca uma maneira deliciosamente simples e limpa de cozinhar. (Mas) eu o desmontei e ele é literalmente uma torradeira com um pequeno ventilador circulante.
E ele está errado?
Ah, falando em Air Fryer, encontrei esse guia para saber qual é a melhor do mercado.
Perguntas além do marketing
Eu adoro o blog do Seth Godin, autor dos livros Isso é Marketing, Tribos, A Prática: Entregando um trabalho criativo, entre outros.
Essa semana, seu post traz apenas algumas perguntas, mas que nos direcionam tanto para alguma estratégia, quanto para nossa carreira. Pode até responder baseado na própria vida. Traduzi aqui embaixo:
Para quem é?
Para que serve isto?
Que mudança você busca fazer?
Qual é a parte difícil?
Se você pudesse aprender uma habilidade que ajudaria seu projeto, qual seria?
Como você pode dizer se está funcionando?
Seria mais fácil se você tivesse ajuda?
Seria mais fácil causar impacto se você estivesse disposto a abrir mão do crédito ou do controle?
Esse projeto importa?
A viagem vale a pena?
Do que você tem medo?
Eles sentiriam sua falta se você parasse?
Marketing no Mundo Invertido
Estou muito envolvida com a série Stranger Things. Além de estar assistindo (ou melhor, degustando) a temporada 4, o tema do meu próximo evento é baseado na série. O evento se chama Insectshow e trata sobre como controlar as pragas que comem a produtividade dos canaviais.
A campanha então chama-se Pragas Estranhas.
Mas não sou a única a estar imersa nesse universo. Veja algumas ações em parceria com a série. Uma aula de marketing sobre como utilizar um “hit” pra fazer barulho e envolver consumidores. Aqui e no mundo invertido.
A Melissa fez uma collab com a série e transformou a Galeria Melissa na Rua Oscar Freire, em São Paulo, em uma experiência imersiva no universo Stranger Things. Tô doida pra ir lá conhecer!
O Burguer King lançou o Stranger Menu. Doida pra ir também.
Enquanto isso, NY, Londres e São Francisco ganharam uma LOJA de Stranger Things, a Stranger Things Experience. Doida pra ir parte 3, 4 e 5.
Agora a ação mais animal de todas: para divulgar a 4ª temporada de Stranger Things, a Netflix transformou diversas localidades do mundo em portais para o mundo invertido e em outras referências da série, o que levou os nerds fãs à loucura.
O frenesi em torno da série é tanto que fez com que a música “Running Up That Hill”, da britânica Kate Bush, lançada em 1985, teve sua popularidade renovada.
Acho que a moda de hoje é curtir o passado. Amo!
Antes de terminar, trago pra você que mora em São Paulo, uma utilidade pública: uma planilha com todas as festas juninas da cidade.
Aproveite! Ainda estamos na metade do mês.
Até a próxima!
- Andrea