Essa news é sobre SuperBowl
Mas com um pouco de música romântica pra começar e futebol pra terminar
Em um almoço com amigos no fim de semana acabei dizendo que a Adele é a Marilia Mendonça gringa. Ninguém riu. Ninguém comentou. Todos me olharam de modo estranho. Todos ali amam Adele e não havia nenhum fã de Marília Mendonça à mesa. Mas gente, ambas têm (no caso da Marília, tinha) uma baita voz e cantam sobre sofrência, desilusão, traição, amores perdidos e superação.
No contexto do marketing, as músicas de ambas abordam “as dores do cliente". Se você conhece a dor do seu cliente, se mostra empático a ela e oferece uma alternativa para amenizá-la (ou eliminá-la de uma vez), você vende seu produto. Não é exatamente assim com as canções das duas artistas? Claro que nem de empatia vive a música. Coloque aí na conta: carisma e um vozeirão absurdo. Afinal, para ter sucesso, seu produto também precisa ser BOM.
Por que estou falando sobre isso?
Porque a semana do dia dos namorados gringo (o Valentine's Day foi no dia 14 de fevereiro) merece uma newsletter inicie citando compositoras que falam de amor, desamor e - odeio a palavra a seguir - empoderamento feminino. Sim, pois não há nada mais atraente em uma mulher que ela ter a consciência do seu poder.
❤️ Mas hoje não vou falar só sobre amor. Veja o que mais tem aqui:
Qual a celebridade que mais apareceu em comerciais do SuperBowl
O link para o Oscar dos melhores e piores comerciais do SuperBowl
O show do intervalo e o movimento ageless
Como o Cincinatti Bengals incentivou a lealdade de sua torcida
Um estudo de caso muito bacana do futebol brasileiro
Ah, é importante dizer que muitos artigos são em inglês, porque vou direto na fonte pra trazer os conteúdos pra você. Mas olha só essa dica: para traduzi-los, basta seguir esses passos:
abra o link
clique com o botão direito
depois em "traduzir para o português"
❤️ Espero que goste!
🏈 A celebridade que mais apareceu nos comerciais do SuperBowl captura todos os seus dados
Em 2014 o piloto Danica Patrick atingia um recorde: a celebridade que mais havia aparecido em comerciais do SuperBowl, com um total de aparições em 13 edições.
Oito anos depois, temos um novo recorde: ALEXA, a assistente digital da Amazon. Este ano, ela vai fazer a sua 17ª aparição.
A fórmula do comercial da Amazon é sempre a mesma: alguma(s) celebridade(s) interagindo com a Alexa de modo a deixá-la mais humanizada, exaltando suas qualidades e minimizando suas deficiências.
Este ano, o anúncio, que conta com a participação de Scarlett Johansson e seu marido, o atleta Colin Jost, brinca com um medo comum: será que as assistentes virtuais leem nossa mente? Quem nunca suspeitou disso depois de pensar em algo e essa mesma coisa aparecer nos anúncios patrocinados do Google ou do Instagram?
Na minha opinião, a intenção do anúncio foi MINIMIZAR o medo do uso de assistentes virtuais e deixar claro que é você que escolhe os dados que quer que a Alexa tenha sobre sua vida. An-han.
Independente de ser verdade ou não, acredito que a Amazon tenha atingido seu objetivo com bom humor. Masssss, o autor e curador de tendências Rohit Bhargava classificou anúncio como o pior desta edição do SuperBowl.
Segundo ele:
"Quando as pessoas já estão com medo da quantidade de dados que você coletou sobre elas, provavelmente não é a melhor ideia anunciar o quão assustador isso pode chegar a ser. Mesmo se você estiver tentando fazer isso em tom de brincadeira. Como um comentarista postou no YouTube: "Este comercial articula perfeitamente por que não uso mais meus dispositivos Echo. Chega um pouco perto demais de casa". Sim, essa não é uma reação que você quer pagar US $ 6,5 milhões para obter”.
Veja o anúncio abaixo e tire suas próprias conclusões:
🏈 O melhor e o pior dos comerciais do SuperBowl
O próprio Rohit Bhargava faz, anualmente, um Oscar dos comerciais do SuperBowl, elegendo os melhores e piores em diversas categorias como “criatividade, lançamento de produto, execução”, etc.
Adoro as análises que ele faz. Vale a pena ler AQUI.
🏈 O aguardado show do intervalo
O Show do Intervalo foi um show de nostalgia isso sim.
Os rappers Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar e - uma surpresa - 50 cent, subiram num palco estilo trio elétrico e entregaram uma performance deliciosa de músicas dos anos 2000.
Foto de Ronald Martinez / Getty Images
Fiquei frustrada apenas por Eminem ter deixado a icônica Slim Shady de fora e não estar sem barba e com o cabelo descolorido. Cadê o comprometimento com a geração X ou com os millenials mais velhos, dude?
Brincadeiras à parte, o show do intervalo do SuperBowl deste ano seguiu uma forte tendência que vem ganhando espaço na mídia, na moda e no desenvolvimento de produtos em geral: o movimento ageless.
Ageless significa “sem idade”. O movimento defende a ideia de que as pessoas não devem se encaixar em estereótipos de acordo com sua idade. Não existe mais o “apropriado para cada idade”. Uma mulher de 60 anos, por exemplo, não precisa limitar seus hobbies ao crochê e suas roupas a modelitos conservadores como o da Dona Benta do Sítio do Pica-pau Amarelo.
Em 2020, Shakira e Jeniffer Lopez pararam a internet com uma apresentação bombástica no SuperBowl. A energia, o vigor e o corpão das duas chamou a atenção, especialmente pelo fato de de elas não serem meninas de 20 e poucos anos. Na época, Shakira tinha 43 e JLo 50.
Preciso fazer um parêntesis aqui: eu tenho 41 anos e me acho “xóvem”, por isso achei surreal o povo todo no Twitter chocado com a performance das duas cantoras.
Em 2022 não posso deixar de notar que os rappers participantes, além de serem as melhores escolhas para representar esse gênero musical, são todos mais velhos. Todos têm acima de 40 anos: Dr. Dre tem 56, Snoop Dogg tem 50, Eminem tem 49, Lamar é um bebê de 34 anos e Blige não divulga a idade (ela é a ageless real oficial). Super alinhado com a tendência não acha?
Assista o show completo NO YOUTUBE, sinta a nostalgia e inveje o vigor dos tios do rap americano. Eles mandaram muito bem.
O que o Cincinnati Bengals tem a nos ensinar sobre lealdade de marca
Vi uma matéria muito interessante no Hyperquake sobre a construção e manutenção lealdade dos torcedores ao Cincinatti Bengals, uma tarefa muito desafiadora, uma vez que o time nunca havia chegado à final do futebol americano.
Sabemos que o fã de qualquer esporte é movido mais pelo coração que pela razão. Na verdade, existe até uma irracionalidade na lealdade dos torcedores. Mesmo quando o time está numa maré de azar, os fãs leais permanecem, vão ao estádio, torcem, gritam, choram. É amor mesmo e amar não é sempre fácil.
Não é à toa que a torcida do Corinthians tem o nome de “Fiel” e um de seus mantras é “eu nunca vou te abandonar, porque te amo" (frase que repeti ao meu marido no dia do nosso casamento).
Essa lealdade dos torcedores ao seus times pode ser comparada à lealdade de consumidores à determinadas marcas. No artigo na Hyperquake tem uma frase bacana sobre isso:
“56% [das pessoas] disseram [na pesquisa de brand loyalty da Yotpo de 2021] que gastariam mais em uma marca à qual são leais, mesmo que existissem opções mais baratas em outros lugares”
A conexão entre marca e consumidor vem por identidade. Quando você compartilha um valor, conecta pessoas ao seu redor com os mesmos valores e a lealdade começa. A conexão emocional supera o raciocínio racional.
O que eu gostei desse artigo da Hyperquake é que eles listaram os problemas da marca “Cincinatti Bengals”, o objetivo desejado e buscaram um estudo de caso semelhante como benchmarking. Veja um exemplo:
Problema: Existe muita gente que ama os Bengals por muito tempo, mas essas pessoas tiveram seus corações partidos por diversas vezes e o racional começou a superar o emocional.
Solução:
Devolver-lhes a confiança e deixá-los seguros para acreditar novamente.
Despertar a nostalgia. Memórias de forte ligação serão despertadas em seus corações.
A consistência das ações fundamental. A marca deve cumprir o que prometeu e se justificar quando não conseguir.
Exemplo de estratégia de marca (benchmarking): Champion
Estudo de caso: Como Champion ficou legal novamente
Recomendo ler o artigo (AQUI) para ver todo o benchmarking feito. Além de muito interessante, reforça algo que eu acredito: o seu benchmarking não precisa ser do seu próprio setor de atuação. Abrir os horizontes e ver o que empresas de diversos setores estão fazendo é um exercício muito importante.
⚽ Enquanto isso, no futebol brasileiro…
Não, não vou falar do Palmeiras. Ao mudar do football para o futebol, trouxe pra essa newsletter um estudo de caso muito legal, escrito por Felipe Ribbe de Vasconcellos, head de desenvolvimento de negócios da Socios.com, sobre sua passagem de 10 meses pelo Atlético Mineiro, como gerente de inovação.
Felipe usou várias estratégias bacanas para atingir objetivos de levantamento de fundos e posicionamento de marca, passando pelo uso de redes sociais a ações bem moderninhas, como a venda de NFTs.
Gente do céu, que news comprida. Acho que eu escrevo tanto quanto falo. Hehehe.
Espero que você tenha gostado! Qualquer dúvida, opinião, elogio, crítica ou sugestão, me escreva! Já disse que falo muito, né? Então, vamos papear!
Ou então, nos vemos na próxima semana!
- Andrea
(PS: para falar comigo, apenas responda esse e-mail ou escreva para andrea@ideaonline.com.br)
Obrigada por ler até o final e não se esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Andrea Nunes, empreendedora, marketeira, curiosa e aspirante a escritora.
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