“Copywriting”. Nome bonito, né?
Na minha época de estudante de publicidade, nós chamávamos de “redação publicitária".
Lembro-me muito bem dos professores lendo os roteiros, jingles e títulos dos anúncios criados por nós e dizendo “está quase lá".
A regra era cativar, prender a atenção, emocionar e diferenciar-se dos anúncios concorrentes.
Aliás, um dos professores de criação sempre dizia: “lindo, mas serve pra qualquer empresa”. E complementava: “troque o nome da empresa para o nome da concorrente, ou pela marca de um produto de outro segmento. Funcionou? Ficou bom? Então você ainda não conseguiu".
Ou seja, a redação publicitária não podia servir pra qualquer um. Ela costumava ser uma maneira singular de a marca expressar seus valores e personalidade únicos.
Bons tempos…
Hoje em dia, a redação publicitária virou “copywriting" e há quem diga que são duas coisas distintas. Ba-le-la!
A não ser que você chame de “copywriting” aquelas fórmulas prontas de e-mail marketing e landing page, que são tão usadas em lançamentos de produtos digitais. Aí pode ser “copywriting” no sentido literal da palavra: cópia de escrita.
Você já reparou que muitos produtos (especialmente os digitais) se vendem mais ou menos da mesma forma? Os textos são todos iguais. TO-DOS. Tem uma fórmula pronta que usa artifícios de escassez e de bônus, aliados a uma oferta irresistível. Até aí tudo bem. Inclusive, existem diversos estudos de neurolinguística que mostram a efetividade desses recursos.
Faço um parêntesis aqui pra dizer que eu vejo a neurolinguística como uma aliada incrível da comunicação. Se você entende o ser humano na sua essência, você consegue criar uma comunicação que realmente se conecta com ele. Por isso acredito que as matérias como filosofia, antropologia e, principalmente, psicologia são essenciais nas faculdades de publicidade. Pena que na época que eu era estudante, achava tudo encheção de linguiça. A adolescência é um porre mesmo… Fecha parêntesis.
O problema de hoje em dia é que ensinam copywriting como se ensina a fazer bolo de cenoura. As chamadas, as técnicas de escrita, até mesmo as palavras utilizadas são exatamente as mesmas, mudando apenas a dor do cliente e o nome da empresa.
Dá certo? Estudos comprovam que sim, até dá, mas, até quando? Eu mesma já não me encanto com nenhuma “oferta incrível”. Pior ainda, quando percebo um padrão na comunicação, já sei quais serão os passos seguintes até tentarem me vender um curso ou algo assim. Já começo a perder o interesse por pura preguiça.
É por isso que eu amo um bom copywriting, daqueles que contam uma história.
E falando em copywriting que contam histórias, me apaixonei pelos sabonetes da WHISKEY RIVER SOAP CO.: a empresa utiliza-se de um excelente copy para vender sabonete. Por que não?
Veja aqui alguns exemplos:
“Sabão para bloqueio do escritor”
Embaixo diz: “cheira a ideias regurgitadas e provavelmente um vampiro”
Nas linhas menores: “Come on, é uma barra de sabão, não mágica. Tente vodka".
Mais um bem legal:
“Sabão para: ainda é a maldita terça-feira”
Embaixo diz: “cheira a morte lenta”
Nas linhas menores: “Não existe nenhuma maneira dos infernos que me faça chegar até sexta-feira”
Se você tiver curiosidade, entre no site da empresa e passeie pelos produtos. Além do copy divertido das embalagens, eles também capricham nos textos das descrições.
Sem fórmulas, só criatividade. Já quero comprar todos e esse post não é #publi.
Falando em copy com humor…
Eu amo a comunicação de uma marca: Aff the Hype.
Todos os produtos da marca brincam com o fato de o brasileiro rir de si mesmo e de suas desgraças. São cadernos, agendas, pôsteres, adesivos e outros tantos cacarecos com frases ranzinzas, para fazer oposição à enxurrada de frases motivacionais que vemos todos os dias.
Olha só algumas páginas da minha agenda do ano passado:
Além do copy inteligente, a marca deu vida à seu mascote, a Moça do Marketing, que protagoniza vários vídeos divertidos nas redes sociais. De tanto sucesso, a Moça do Marketing foi promovida a influencer, olha só que chique e isso fez com que a marca atingisse mais de 660 mil seguidores no Instagram e criasse uma verdadeira comunidade em torno da marca.
Viu só onde dá pra chegar com um copywriting bem feito?
Slogan: “Feito à mão com muita má vontade”. Esse post também não é #publi.
QWERTYUIOP.
Isso foi o que provavelmente escreveram no primeiro e-mail enviado no mundo, por Ray Tomlinson, há 50 anos.
Como estamos falando aqui de redação publicitária, não podemos deixar de celebrar o 50º aniversário da existência dessa ferramenta de trabalho poderosa e um meio de comunicação incrível que é o e-mail!
Na verdade o aniversário de 50 anos foi no dia 29 de outubro de 2021, mas como essa newsletter ainda não existia, ainda não tinha prestado minha singela homenagem. Sem o e-mail, não existia essa newsletter, então fica aqui meus parabéns e meu muito obrigada!
Não é sobre copywriting…
Mas é sobre planejamento para esse ano de 2022. Adorei a sugestão da Camila Antunes, co-fundadora da Filhos no Currículo: planejar este ano com base em como você gostaria de se sentir na maior parte dele.
Você pode ler o post dela AQUI.
Bom, essa foi uma das muitas edições em que vou abordar redação publicitária (ou copywriting, chame como quiser) por aqui. Se você tiver algum exemplo de bom copy, me manda, que eu amooooo esse tema.
Espero que tenha gostado!
Até a próxima!
- Andrea
(PS: para falar comigo, apenas responda esse e-mail ou escreva para andrea@ideaonline.com.br)
Obrigada por ler até o final e não se esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Andrea Nunes, empreendedora, marketeira, curiosa e aspirante a escritora.
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Gostei muito. Aprecio sua maneira pessoal de escrever. Mas me foi muito educativo. Sequer sabia da existência deste termos copywriting, embora tenha uma filha jornalista e marqueteira. Para mim, como advogado, ficou sempre o copyright dos direitos autorais. Apreciei, em particular, a sua agenda 2021... Andrea Cristina conseguiu galhardamente chegar a 2022!!!
Amoo a aff the hype⭐️⭐️⭐️