Confesso aqui que tenho uma paixão pelo o que é estranho, pelo bizarro. Meus olhos brilham quando vêem algo difícil de imaginar. Acho que o encanto vem mesmo pela criatividade que está por trás das inusitadas criações.
Também me fascina tudo o que causa estranheza e curiosidade. O que sai da rota do comum. Os diálogos da Família Addams, por exemplo.
“Não fique se torturando, Gomez. Esse é o meu trabalho”
Foi assim que comecei a fazer o perfil do Instagram Andrea Me Conta: pra compartilhar tudo de diferente que eu descobria por aí. Com o tempo, acrescentei um olhar de marketing, uns textos autorais, a hashtag #yogamondays e ele se tornou o que é hoje: um Frankenstein. Mas há quem goste (olá, mamãe e papai).
A news de hoje traz um pequeno estudo de caso de uma coisa bem doida: a clonagem de animais de estimação que passaram dessa para a melhor.
Esquisito, mas real. Acreditem, tem mercado para tudo.
Olha só o que vem aí:
Dog influencers são clonados depois de morrerem
Gráfico do Professor Galloway sobre a Terra
Uma parceria inusitada: Crocs + KFC
Seu cachorrinho morreu? Faça seu clone!
(Estudo de caso)
Gente, eu sou da época que clonaram a ovelha Dolly. Saiu em tudo quanto era jornal, revista, canal de televisão. Nós discutimos o assunto na escola e eu me lembro bem da estranheza que isso nos causou.
Parecia que estávamos vivendo em um filme de ficção científica. A discussão na época era a clonagem de humanos e suas implicações éticas. O assunto virou até tema de novela. Quem aqui se lembra de “O Clone”?
O processo de clonagem de animais já é estudado e até utilizado, embora não em larga escala, em bovinos, com o objetivo de multiplicar animais de alto valor genético e/ou financeiro. Ou seja, entre os bois há aquele que se destaca, ganhador de prêmios, caro pra burro e que vale a pena ser multiplicado.
E os pets?
Juro com os dois pés juntos que não estou inventando. Tem gente que clona o bicho de estimação, sim, como mostra esta reportagem da Input aqui.
Aliás, Barbara Streisand declarou em 2018 que havia feito clones de suas cachorrinhas que passaram desta para a melhor. Esse é o foco da empresa ViaGen, que encontrou essa oportunidade e vem apostando nesse nicho.
O que eu achei interessante na matéria da Input foi o foco dado aos animais de estimação que possuem perfis nas redes sociais, os chamados “petfluencers” (animais de estimação influenciadores), que, ao morrerem, foram substituídos nas redes por seus clones.
Até que faz sentido. Pense comigo, se perder um pet já dói como perder alguém da família, imagine incluir nessa perda o seu ganha-pão.
Meu olhar de publicitária também percebeu na matéria que a ViaGen faz parcerias com influenciadores digitais para divulgação dos seus serviços. A dona da Tinkerbell, por exemplo, vai guardar o DNA da cachorrinha para encomendar seu clone quando ela passar dessa para a melhor:
Fiquei intrigada: como será que é o marketing por trás de uma empresa de clonagem de animais de estimação?
Vasculhei a internet e encontrei o ótimo post no blog Raisin Bread, da MarketerHire, com o nome “The Do’s and Don’ts of Marketing Pet Cloning” (o que fazer e o que não fazer no marketing de clonagem de animais de estimação, em uma tradução livre). Como sou fofa e querida, você nem precisa ler lá, vou resumir aqui:
1. Não confie em veterinários para fazer a venda.
É comum o setor farmacêutico trabalhar com representantes que atuam junto a médicos e veterinários, para que estes indiquem determinados produtos a seus pacientes. A ViaGen até tentou seguir este modelo, mas não obteve sucesso, pois a clonagem de animais de estimação é uma decisão totalmente emocional e nada médica.
2. COLABORE com #petfluencers.
Quando a dona do petfluencer Bruce Wayne – um chihuahua com mais de 55 mil seguidores, anunciou aos seus seguidores que havia clonado seu cachorro, recebeu uma chuva de perguntas. Foi quando a ViaGen percebeu que influenciadores seriam os principais educadores sobre o tema para a população em geral.
3. Não ofereça descontos
Clonagem é algo difícil de entender. Também é difícil de aceitar. Tem implicações éticas demais, além de ser muito, muito caro (US$50 mil). Por isso, a decisão de compra desse serviço está bem longe de ser impulsiva. Ao contrário, o funil de vendas pode durar anos.
Descontos são excelentes estratégias para apressar a decisão de compra, sabemos disso, mas as pessoas devem estar a um passo da compra.
Por esse motivo, quando a ViaGen ofereceu aos seguidores de alguns petfluencers parceiros um código de desconto, ele não teve efeito algum simplesmente porque as pessoas não estavam prontas para fazer a compra.
4. Dê destaque aos baixos custos iniciais.
Embora a clonagem seja cara, manter o DNA do seu bichinho armazenado não é tanto assim. O serviço de banco celular começa a partir de US$500, o que é mais acessível ao bolso dos clientes. A ViaGen percebeu que, ao abordar o valor mais baixo, conseguiu atrair mais consumidores.
Vou acrescentar algo aqui por conta. Vamos nos lembrar de que estamos falando de uma venda complexa e com barreiras difíceis de serem derrubadas. Ao oferecer um valor de entrada mais baixo, não apenas a ViaGen diminui a resistência criada pelo alto preço, mas também minimiza a insegurança que o consumidor tem em decidir sobre clonar ou não clonar, uma vez que a decisão pode ser tomada mais pra frente.
Bingo!
1 em cada 6 americanos pensam que a terra não é redonda:
Isso é o que eu chamo de bizarro!
O dado chegou até mim via newsletter do Professor Galloway (autor do livro Os Quatro) há uns 2 meses.
Além disso, 1 em cada 5 americanos acha que o 11 de setembro foi uma armação do governo. 😶
Gente, hello! Professor G. acredita que crenças assim são culpa das fake news das redes sociais, uma vez que, segundo ele, mentiras são 70% mais propensas a serem compartilhadas do que a verdade.
Segundo ele, “se você quer acabar com a estupidez nesta nação, comece pelas redes sociais”.
Crocs + KFC
Esse foi um dos lançamentos mais estranho que vi ultimamente.
Você acredita que a “collab” da Crocs com a rede de fast food KFC foi um sucesso tão grande, que os pares se esgotaram em meia hora?
Como assim?
Bom, vamos lá. A Crocs é uma marca de opiniões polarizadas, metade das pessoas odeia e a outra metade ama. Olhando para o copo meio cheio, a Crocs focou nas pessoas que amam a marca.
Mesmo sendo alvo de memes e piadas, a Crocs não redesenhou seus produtos e se manteve fiel ao que seus fãs sempre gostaram, mas conseguiram atingir um “hype” maior com seus produtos através de:
Presença mais ativa nas redes sociais. Atenção ao que os consumidores postavam. A empresa destaca algumas postagens de seus seguidores e conversa com eles online.
Collabs com celebridades que comentavam sobre seus produtos espontaneamente nas redes.
Usou marketing de influência, especialmente com as Kardashians
Apareceu em diversas Fashion Weeks
No caso da parceria Crocs + KFC, fez um aquecimento com os consumidores, gerando ansiedade para o lançamento
A parceria inusitada com o KFC gerou muita mídia espontânea.
E voilá! Parece simples, mas não é. São anos de olhar e escuta atenta do que querem seus consumidores, onde vivem e do que se alimentam.
Tenho uma biblioteca inteira de produtos e serviços que fogem do lugar comum. Alguns deram muito certo e outros nem tanto. Se você gosta desse tipo de conteúdo, me fala, pra eu saber se continuo trazendo pra você por aqui e pelo Instagram, tá?
Até a próxima!
Um abraço,
- Andrea
(PS: para falar comigo, apenas responda esse e-mail ou escreva para andrea@ideaonline.com.br)
👩🏻💻 curadoria e textos por Andrea Nunes, empreendedora, marketeira, curiosa e aspirante a escritora.
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Muito interessante 🥰
Ainda estou tentando digerir essas noticias, que tudo surreal, ne Dea?! Continua nos trazendo essas informações, demais!