John Lennon, se fosse vivo, teria feito 83 anos essa semana. Sei disso porque minha professora de yoga é Beatlemaníaca, dessas que tem “let it be” tatuado e tudo.
Segunda-feira, 9 de outubro, dia da nossa aula. Entrei na sala e ela já estava lá, treinando algumas posturas. Estendo meu tapetinho e descubro que era aniversário de um dos seus ídolos da música.
Conversamos mais algumas amenidades, enquanto ela escolhia uma playlist para nos acompanhar na prática. Não gostou da escolhida. “Muito agitada”. Resolveu trocar. Escolheu outra aleatoriamente, com acústicos. Ajeitamo-nos. Pernas cruzadas, coluna ereta, respiração consciente. Minha professora deu o play no modo “shuffle”, que é aquele que embaralha as músicas e fechamos os olhos.
Do nada, Jack Johnson começa a cantar Imagine.
Arrepiamos.
Com os olhos fechados, me vieram as imagens do horror em Israel. Não preciso descrevê-las aqui. Você deve ter visto também.
Pensei no horror que as pessoas estão vivendo.
Nas famílias destruídas.
No medo.
Na falta de alma dos assassinos. Como conseguem cometer atrocidades a crianças, bebês, idosos… aos seres humanos?
Imaginei que não havia países.
Nada para matar ou morrer.
E também nenhuma religião.
Imaginei todas as pessoas
Vivendo a vida em paz.
Chorei. Choramos.
Você pode dizer que sou uma sonhadora,
Mas não sou a única.
Espero que um dia, você posso se juntar a nós.
E o mundo se tornará só um.
Piegas, eu sei. Lugar comum, você diria. Sem criatividade esse negócio de citar Imagine para falar de guerras e conflitos, sei disso também. Mas esta não é uma história de ficção.
Interpretamos (minha professora e eu) a súbita entrada dos acordes desta, que é uma das músicas mais conhecidas do mundo, no aniversário de seu compositor, como um sinal para pararmos nossa correria diária, nosso fazer automático, para refletir. Para olhar o próximo. Para nos lembrarmos de fazer o bem. Para lembrar que qualquer pessoa merece ser respeitada só pelo fato de estar viva. E para compartilhar essa experiência.
Hoje, esta newsletter será só isso, porque não consigo pensar em mais nada. Mas não podemos reduzir o que está acontecendo em Israel como “só isso”. Não dá para ignorar o horror. Ao mesmo tempo, sinto-me de mãos atadas, por não poder fazer absolutamente nada para ajudar. Posso apenas orar por todos e prestar minha solidariedade aos inocentes de Israel.
Aposto que Imagine está ressoando na sua mente, então não se segure. Dê o play.
Semana que vem, prometo falar sobre amor.
Um beijo,
- Andrea
(me manda um oi! Pode ser nos comentários, responde este e-mail ou escrevendo para andrea@ideaonline.com.br)
Andrea Nunes é publicitária de formação, comunicadora do agronegócio de profissão e escritora por paixão. Sonha em escrever um livro, mas, por enquanto, exerce a escrita na newsletter Andrea Me Conta.
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Eu também tenho chorado. Chorei de novo lendo sua news. Imaginei a cena da aula de yoga, do arrepio e então fui levada para as famílias que estão no meio desse horror. Se é piegas, não sei, não ligo. O bom mesmo é poder chorar quando dá vontade e eu achei sua news de uma sensibilidade e transparência enormes, como sempre. Obrigada pelas suas palavras!
Chorei amiga... tenho chorado bastante, aliás. Dou a mão pra vcs pq eu tb sonho com esse mundo de paz e amor. <3