Acho o máximo quem é nômade digital.
Viajar enquanto trabalha. Passar um tempo aqui, mais um tempo acolá, pular de café em café, encontrando o melhor canto para trabalhar e o expresso que mais cativa seu paladar.
Diferentes pessoas ao redor, paisagens de tirar o fôlego na vida real (não apenas no descanso de tela), novos sabores, cheiros, caminhos e descobertas.
Definitivamente não é pra mim.
Não me leve a mal, mas adoro minha rotina. Adoro acordar na minha cama, tomar café da minha cafeteira, saber onde estão guardadas as roupas, as panelas e os talheres, fazer yoga às segundas e quartas e musculação às terças e quintas, sentar-me na mesinha da copa para trabalhar, parar no fim da tarde e pegar as crianças na escola, enquanto ouço um podcast no caminho.
Cada vez que saio do meu roteirinho semanal, me lembro de quanto gosto dele.
Estou te contando isso porque nas últimas semanas andei bem sem rotina.
Acabei de chegar da feira da ABAV (Associação Brasileira dos Agentes de Viagens) no Rio de Janeiro, mas venho de mais lugares. Começou no fim de semana do The Town (dois dias seguidos, o que pra esta senhora foi um ato de bravura), passando por um evento que organizei em Ribeirão Preto e uma maratona em Buenos Aires (maratona do marido, mas sempre acompanho).
Peguei um calor de 40 graus, frio de 11° e depois calor de 40° de novo.
Cheguei e fiz uma festinha de aniversário pra minha filha no salão do prédio, com cerca de 30 crianças entre 5 e 6 anos. Filha com febre no dia do aniversário e no dia seguinte também. Ou seja, entramos no fim de semana com termômetro, Tylenol e meus pais ligando de hora em hora pra saber da neta.
No domingo até Deus descansou, mas eu tive almoço na sogra.
Enfim chegou a aguardada segunda-feira normal, como quase todas as segundas-feiras do ano. Que alegria! Estou de volta pro meu aconchego.
Aí você me pergunta:
- Você já estava cansada e sem rotina por conta do The Town, do seu evento e da maratona do marido. Por que raios você foi pro Rio de Janeiro, pra feira da ABAV, se você não é do turismo?
Vários motivos:
1) Porque sou indiretamente do turismo, já que meus eventos movimentam a rede hoteleira e os restaurantes de Ribeirão Preto. Desculpa esfarrapada, né? Então vamos pra próxima.
2) Porque gosto muito de ver eventos diferentes, de setores diferentes do meu. Quando a gente sai do nosso ambiente conhecido, a gente aumenta nosso repertório. Aumentar repertório é importante para ter novas ideias e inovar.
3) Porque é uma feira de turismo e eu sou uma excelente turista (mas péssima nômade digital, como mencionado anteriormente).
4) Porque minha amiga Jerusa, organizadora do evento, me convidou (tipo: por que o cachorro entrou na igreja? Resposta: porque a porta estava aberta).
5) Porque ouvi o conselho do Zeca e deixei a vida me levar.
Mas agora chega, né?
Acho legal deixar a vida me levar, mas tudo tem seu limite. Aliás, se essa fosse a regra e não a exceção, certamente não seria tão especial.
Falando nisso, tenho uma pergunta pra você.
Aqui abaixo vou listar as 8 principais datas para o comércio no Brasil. Me diz: o que elas têm em comum?
Natal
Dia das Mães
Dia dos Namorados
Black Friday
Dia das Crianças
Cyber Monday
Carnaval
Dia do Consumidor
Tempo!
Vou responder porque não me aguento.
Essas datas são bastante conhecidas pela população brasileira, certo? Mas elas não acontecem todos os dias. Elas são fora do ordinário. A exceção à regra. Nestes dias, você sai da sua rotina de pessoa controlada que eu sei que você é, pra fazer uma comprinha. É a desculpa perfeita, não é?
Na visão do profissional de marketing, são as épocas perfeitas para se fazer uma campanha.
Sabe o que mais costuma dar certo por tirar o consumidor de sua rotina? Uma bela flash sale. Você está lá, trabalhando tranquilamente, até que pinta um e-mail da sua marca de sapatos favorita com uma flash sale. Não sei você, mas eu paro tudo, nem que seja pra dar uma olhadinha.
Vale lembrar: a estratégia da flash sale, pra funcionar, tem que ser usada só de vez em quando. Se você tiver uma por mês, acabou a exclusividade da promoção e limitou a impulsividade do cliente.
Uma curiosidade: Thomas McKinlay, em sua newsletter Ariyh, compartilhou um novo estudo que diz que as flash sales funcionam mais offline que online. Para se ter mais efetividade online, é necessário JUSTIFICÁ-LAS. Por que você está me dando desconto? É a flash sale de primavera. Ah, bom. Então eu acredito em você.
Tipo isso.
A gente também sai da rotina em mês de aniversário.
O meu foi no dia 12 de setembro e a fatura inflacionada do meu cartão de crédito não foi uma coincidência. Foram tantos cupons de desconto de aniversário que recebi, que saí totalmente da minha rotina de pessoa controlada que sou. Quer dizer, não tão controlada. Mas este mês foi exceção. 💸 💸 💸 💸
Não aprendi dizer adeus
📆 Falamos em datas comemorativas e isso me lembra feriado. Feriado me lembra que fiquei passada em saber que o Brasil não é o país com mais feriados no mundo. Como assim, gente? Estamos atrás da Índia, Japão e Indonésia, segundo o Poder 360.
💯 Falando em rotina, como é o dia a dia das comunidades que vivem até os 100 anos de idade? É sobre isso a série Como Viver Até os 100 da Netflix. Só assisti o primeiro episódio ainda, mas gostei muito.
💤 Por que ser preguiçoso é bom pra você? Descubra nessa matéria da Time.
✈️ Já que fui em uma feira do turismo, compartilho aqui o relatório de tendências de viagens de 2023 do site KAYAK.
🐶 Newsletter com história de pets e seus tutores, essa proposta linda é o que conduz a news Pet Letters, da Marina Leonel, minha colega da comunidade de escrita. Assina lá!
Mas deixo você ir
Semana passada a newsletter Andrea Me Conta apareceu no Manual do Usuário do Rodrigo Ghedin e, por conta disso, chegaram várias pessoas novas por aqui. Então, quero saudar os novos assinantes! Bem vindos! Que bom ter você por aqui.
Quero que você saiba que este é um espaço de troca. Adoro ler comentários e e-mails de todos e já me sinto próxima de alguns. Sinta-se à vontade para me escrever.
E a todos que leram até aqui, mais uma vez, meu muito obrigada!
Nos vemos na próxima semana, se Deus quiser.
- Andrea
Me identifiquei um pouco. 🙂 Talvez porque as rotinas sejam construídas a partir das nossas escolhas, acho que elas dizem muito sobre quem somos, né? Gosto bastante da minha. Sair dela, só por um período de tempo não muito longo, ou começo a sentir que já não sou mais eu. Mas pode ser também um momento pra reavaliar as rotinas, se algumas coisas devem ficar ou sair.
Acho perfeitamente saudável dar uma variada na rotina, fazer algo diferente de vez em quando, mas o segredo é mesmo o DE VEZ EM QUANDO. Se passo tempo demais fora da minha rotina (dez dias deve ser o limite), começo a ficar chateado haha.