O ano era 2017. Mariana, minha segunda filha, tinha já alguns meses de vida quando, após amamenta-la, escrevi sobre a diferença de homens e mulheres pela perspectiva de uma mãe de um casal. Segue o texto.
“Rafael, quando vinha para o peito, fazia uma coisa ou outra: ou mamava, ou dormia.
Aí Mariana vem ao mundo para provar a polivalência feminina.
Ela mama e fala ao mesmo tempo.
Também mama e vê televisão.
Mama e resmunga do irmão que veio atrapalhar.
Mama e segura o meu nariz.
Mama e observa a movimentação das pessoas na sala.
Mama e puxa meu sutiã.
Até que, por fim, mama e dorme”.
Até então eu não sabia que isso tem muito que ver com o nosso cérebro. Quer dizer, a gente sempre soube que homem pensa diferente de nós, mulheres, não é mesmo? Que mulher nunca deu um conselho para a amiga do tipo “ah, miga, liga não, ele é homem e homem é assim mesmo”? Pois é. Frase falada e ouvida incontáveis vezes na vida.
Corta para 2020 e pra uma aula (online, pois é o ano da pandemia) de neuromarketing. Na tela, uma imagem ilustrando sinapses de dois cérebros, o masculino e o feminino e, na minha cabeça, a justificativa para o “homem é assim mesmo”, para a objetividade do mamar e dormir do meu filho mais velho, para a maior conversão dos meus e-mails curtos, uma vez que meu público é 70% masculino. “Bingo”, grito eu, mas tudo bem, porque meu microfone está desligado.
As sinapses do cérebro das mulheres são diferentes das dos homens.
Na mulher, são mais horizontais, ou seja, ela tem maior uso dos 2 hemisférios do cérebro, o direito e o esquerdo. Essa interconexão entre hemisférios é o que nos faz multitarefas. Bingo de novo, mas dessa vez não gritei.
Isso também explica por que as mulheres têm uma comunicação mais ágil e são muito atentas a detalhes. Neste momento da aula quase respirei aliviada pelo meu público feminino ser menor, pois, com essas características, imaginem só que tipo de consumidoras as mulheres são. Exigentes até as tampas!
Mas digo que “quase” respirei aliviada, porque, como é que eu, que falo pra cinquenta e escrevo em prosa, vou conseguir vender para um público cujo cérebro faz sinapses verticais? Sim, essa é a característica do cérebro dos homens que, por conta disso, têm a visão em funil. Estou falando de gente focada, objetiva, caçadora.
Fiquei preocupada com a comunicação que faço com meu mercado predominantemente masculino (o agronegócio), mas continuei firme na aula, na esperança de receber alguma dica de ouro.
Bem quando eu estava comprando cueca pro meu filho online e fazendo a lista do mercado, essas dicas vieram. Falaram de alguns de alguns hacks e de como um título incrível e um final matador atingem essa turma, que normalmente lê o começo e o final de um e-mail. Mas eu gosto mesmo é do meio, minha gente!
Como ir direto ao ponto?
Cada dia mais apaixonada pelo neuromarketing, vou certamente pesquisar mais sobre venda para diferentes públicos. Quem sabe segmentar a base entre homens e mulheres e fazer alguns experimentos com o texto.
Definitivamente vou estudar mais sobre o assunto. Aliás, neuromarketing é muito mais que ver a diferença entre os cérebros masculinos e femininos. Aliás, se voc6e quiser saber um pouquinho mais, dá uma olhada neste artigo da Rejane Toigo para o blog da Rock Content.
Enquanto isso, tentarei ser mais objetiva, mas se eu não conseguir, já sei o que vou fazer. Contarei minhas longas histórias e resumirei tudo no PS. ;)
Um beijo,
Andrea
P.S.: Esse videocast do Rafael Kiso e da Martha Gabriel sobre neuromarketing é sensacional. Através dele conheci o Pedro Camargo, um especialista sobre o tema, com alguns livros sobre psicologia do consumo publicados. Vale a pena ver e é minha dica de ouro pro final de semana:
Agora sim, até a próxima semana.
- Andrea