O ano é 2023. Os temas são cotidiano, marketing e comunicação. A escrita é em crônica e a newsletter é a Andrea Me Conta. Que bom te ver aqui. Alguns links são em matérias em inglês, mas você pode clicar com o botão direito do mouse e escolher a opção “traduzir página”. Aproveite pra me seguir também no Instagram. Boa leitura!
(Introdução: pianinho do di-diê do Raça Negra)
Cheia de manias
Toda nervosa
É a Janaína
Sabe que é ansiosa
Com esse seu jeito faz o que quer de mim
Domina o meu apezão
Eu fico sem saber o que fazer
Quero te deixar
E dar no pé
Pois é…
Então me ajude a procurar
O que foi guardado por você
Então me ajude a procurar
O que foi guardado por você
Hiê!
Didididiê
Didididiê ê ê
Didididiê
Janaina era a funcionária lá de casa. Ela tem mania de limpeza e organização. Eu, embora virginiana, sou bagunceira, mas me encontro na minha bagunça. Mas aí ela vinha, arrumava tudo e eu não encontrava absolutamente mais nada.
Outro dia, ao procurar intensamente por um documento que havia deixado em cima da mesa, me subiu o sangue. Resolvi escrever, porque essa é a minha válvula de escape mas, ao olha para a tela em branco, só conseguia pensar na música do Raça Negra e o texto saiu, meio que na raiva, meio que no amor, em homenagem à Janaína, a verdadeira mulher cheia de manias.
Mania de filme cringe
Tenho manias cringes. Não sei se todas as pessoas que estão por volta dos quarenta anos são assim, só sei que eu sou.
Adoro filmes da minha época, por exemplo. Meus filhos já assistiram aos dois “Esqueceram de Mim” (o terceiro não conta, porque não é com o Macaulay Culkin), viram o primeiro Parque dos Dinossauros, Os Batutinhas, os dois Família Addams, Space Jam com Michael Jordan e desenhos do Pernalonga.
Adoro quando tem um revival pra gente se sentir nostálgico e feliz, como o novo Space Jam e o seriado That's 90's Show.
Agora estou planejando uma ida ao cinema para assistir… Preparem-se:
TITANIC!
Quando o filme foi lançado, no comecinho de 1998 no Brasil, eu ainda morava em Jau, interior de São Paulo. Tivemos que ir até Bauru, que tinha um cinema mais decente, pra assistir. Fui com minhas amigas e um menino que eu queria dar uns beijinhos mas não rolou. As únicas coisas que rolaram foram lágrimas e mais lágrimas por Jack, Rose e aqueles velhinhos que se abraçaram para afundarem juntos. Socorro!
Agora, pra comemorar os 25 anos do filme, ele está de volta e em 3D. É um filme meio clichê, mas é cheio de camadas e mensagens sobre a sociedade, a diferença de classes e, segundo seu diretor, James Cameron, também sobre a crise climática (duvido). Então agora, mesmo sabendo que Jack cabia na tábua, vamos podemos vê-lo se afundar em 3D.
Mania de comercial que faz referência a filme cringe
Foi no domingo o momento que todo o mundo da propaganda espera: o Super Bowl, a campeonato de futebol americano. Mesmo que aqui no Brasil as regras do jogo sejam praticamente uma incógnita, as pessoas querem ver o Super Bowl por duas coisas:
O show do intervalo (este ano foi da Rihanna)
Os comerciais milionários dos intervalos (este ano, 30 segundos de exibição estão saindo pela bagatela de US$7 milhões).
Já falei sobre o SuperBowl AQUI, mas, como cada ano é diferente, em 2023 dois filmes publicitários me chamaram a atenção, justamente por fazer referências a produções de cinema e TV mais antigas. Eu A-ME-I, lógico.
Vamos lá! Mais nostalgia na publicidade, pra gerar aquele burburinho bom que as marcas adoram.
Alicia Silverstone revive Cher, sua personagem de As Patricinhas de Beverly Hills em comercial para a Rakuten.
Já sei que Breaking Bad não é tão antigo, mas também não é tão atual, né? Já faz 10 anos que acabou. Eu sei… Também fiquei sem acreditar. Mas Jesse e Mr. White estão de volta no comercial da Pop Corners que, pelo jeito, vicia.
Mania de “merchan” bem feito
Não adianta tirar a publicitária de dentro de Andrea Cristina, nem Andrea Cristina de dentro da publicitária. Eu tenho uma queda por uma oportunidade bem aproveitada.
Por isso amei que ontem, no show do intervalo do SuperBowl, Rihanna entregou tudo. Assim, seremos sinceros, a animação dela não era das melhores, mas depois soubemos o motivo: a “fia” está grávida do segundo filho, sendo que o primeiro não fez nem um ano. Vai arranjar pique de onde, gente?
Mas ela entregou tudo mercadologicamente falando.
Estava afastada dos shows e voltou, sem pedir pra nenhum convidado dividir o palco com ela. Mensagem: eu sou phoda, respeita minha história.
Não recebeu cachê (nenhum cantor ganha para se apresentar no SuperBowl), mas foi trend topics no Twitter e ainda utilizou a audiência massiva do evento pra fazer um merchandising básico da sua linha de maquiagem, Fenty Beauty, ao retocar o pó no meio da apresentação. Mensagem: não me pagaram, mas aproveitei minha exposição ao máximo.
Entrei no site da Fenty Beauty e olha só a unificação da comunicação. “Faça o look do show do intervalo da Rihanna ser seu".
Parabéns aos envolvidos.
Mas calma, que não acabou.
E ela ainda anunciou a gravidez, o que gerou ainda mais buzz em cima da sua apresentação e coroou o “Rihanna Day” com emoção.
Riri, paguei pau. Taí uma coisa que você fez direitinho: work, work, work, work, work.
Mania de cair em pegadinha de publicitário
Caio mesmo. Sei dos truques, das estratégias, de tudo, mas acredito em propaganda. Dito isso, com certeza eu cairia no comercial do serviço de streaming TUBI.
A empresa recrutou dois locutores da Fox Sports, Kevin Burkhardt e Greg Olsen, e então mostrou uma interface Tubi que aparecia quando um cliente pressionava “menu” em sua TV – fazendo com que os telespectadores do Super Bowl procurassem seus controles remotos.
Dentre os comerciais que vi, esse foi o melhor.
Mania de terminar com alguma coisa engraçada.
Então aqui vai, bem cringe, bem anos 2000, mas uma das coisas que mais me tirava gargalhadas no início dos meus 20 anos: Hermes e Renato em “Pira, pirá, pirô".
Bom carnaval!
- Andrea