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Londres.
Alguns a definem como bagunçada e cinzenta. Outros tantos e de tantos outros lugares, a consideram casa.
Eu, que a visitei rapidamente há mais de vinte anos, não me lembrava de tanta grandiosidade. Não a havia colocado em meu top 3 cidades mais incríveis que conheci. Tampouco senti saudades quando a deixei.
Como é bom revisitar lugares em outra fase da vida.
Não sei se foi a maturidade ou os anos de pandemia maturando essa viagem em casa, mas agora Londres agora ganhou cor. É um lugar onde todo mundo é diferente e todo mundo se encaixa, a verdadeira definição de inclusão e alegria. É onde tradição e novidade convivem, convergindo gerações em perfeita harmonia. (Rimou!)
Em Londres dá pra tomar o chá das cinco acompanhada de David Guetta e Bruno Mars entoados por um trio de violinos. Dá também pra comer a famosa pizza marguerita da L'Antica Pizzeria Da Michele, famosa em Nápoles e encontrada tímida, sem fila ou pretensão numa rua qualquer. É assistir o musical De Volta Para o Futuro, tão cheio de efeitos especiais e, no mesmo dia, visitar torres medievais que nos levam ao passado mais rápido que a Delorean de Doctor Brown.
Londres tem criatividade abundante. A cada esquina, somos lembrados de que tudo pode ser reinventado, seja com design, iniciativas ou tecnologias. Entre um banheiro de restaurante que parecia uma instalação artística e uma loja de departamento com marcas de designers alternativos, concluo que não tem como ser mediano em Londres pelo simples fato de ser impossível não se inspirar. E me sinto inspirada até mesmo em plagiar o novelista britânico Samuel Johnson ao dizer que “ao visitar Londres, vi toda a vida que o mundo pode nos mostrar", apenas por achar que a definição é perfeita e sem defeitos.
Estou apaixonada. Londres se tornou o fish pro meu chips. Não tinha como não começar a newsletter de hoje sem falar dela. A cidade que encontrou uma maneira de ser seu próprio sol, mesmo que o sol não apareça muito por lá. Essa Londres, de icônicos reis e rainhas, de Sheakespeare, de Churcill, de Elton John e, agora, também um pouco minha.
5 lições de marketing para aprender com a monarquia
Eu já sabia, mas pude ver com meus próprios olhos: a monarquia só sobrevive até hoje na Inglaterra porque é um trabalho consistente de marketing.
Pensem comigo: pra que ter um rei hoje em dia? A Inglaterra sabe bem: unir colônias, vender souvenirs e pacotes turísticos.
Como é que, mesmo com outras monarquias na Europa, a britânica seja a mais conhecida, a mais buscada na internet, a que mais gera curiosidade e que mais interessa a nós, plebeus de todo o mundo?
Sim, vou falar de novo: marketing!
Nem sempre foi assim. Mas a rainha do marketing foi, sem dúvida, Elizabeth II. Quem assistiu The Crown sabe que a instituição era muito fechada e tudo era feito em segredo até que príncipe Phillip, sentindo-se sem job, teve a brilhante ideia de televisionar a coroação de sua esposa, Her Majesty The Queen.
Foi criticado, claro. Como assim mostrar ao povo que somos humanos? Mas ele os convenceu: não era pra se abrir, pra mostrar tudo, mas sim uma ideia para aproximar o público da realeza. Deixá-los flertar com o sonho de fadas, sabe? Falando a língua dos marqueteiros: ele iniciou a humanização da marca, de um jeito sexy, mas sem ser vulgar.
Só neste texto já coloquei dois elementos de marketing usados sabiamente pela monarquia inglesa:
Parceria com pessoas e empresas relevantes: já parou pra pensar como o The Crown, seriado da Netflix aproximou a família real principalmente da Geração Z? E imagine como as crianças amaram ver, durante as comemorações do Jubileu de Platina, a própria rainha tomando chá com Paddington, o urso de histórias infantis inglês. Depois eles tocam We will Rock You em suas xícaras. Parcerias estratégicas, collab, co-marketing, chame do que quiser. Eu chamo de esperteza.
Manter um certo mistério: tipo a fórmula secreta da Coca-Cola. Ninguém da família real tem conta pessoal em redes sociais (nem Harry!) tem conta pessoal nas redes sociais, só aparecem em eventos específicos, dão poucas entrevistas e, quando o fazem, é só para a BBC. Enfim, a curiosidade aguçada ajuda a vender
Usa e abusa de símbolos e tem fortes ativos de marca: a coroa, os uniformes dos guardas, as tradições… Tudo isso ajuda na construção da narrativa da marca, mas a rainha em si era o ativo mais precioso, intangível e inimitável da monarquia. Quero ver como vai ser agora…
Faz filantropia e divulga aos quatro ventos, pois não adianta ter pompa, para ganhar o respeito e manter-se relevante para a população, é preciso fazer o bem.
Fez rebranding há mais de 70 anos (quando Elizabeth II assumiu) e manteve sua promessa consistente. Em seu primeiro discurso, a rainha prometeu servir seu povo até seus últimos dias de vida. Em sua última comunicação com o povo, ela assina “Your servant, Queen Elizabeth II". Consistência também é estratégia de marketing!
Cultura inútil du jour.
Já que estou falando de Bebetinha II, algo que achei quando ela faleceu e acabei não incluindo aqui, mas acho que você ficou se perguntando, então segue aqui: Russia, Síria, Venezuela, Afeganistão, Bielorrússia e Mianmar were not invited.
Agora chega de Londres e rainha e monarquia. Prometo que semana que vem te conto outras coisas, a não ser que eu volte pra lá neste meio tempo. Hehehe. ;)
Até breve!
- Andrea
Assino embaixo de tudo q escreveu, Dea! Não fazia tanto tempo assim que não vinha por aqui. Mas Londres pulsa muito diferente. Continua sendo minha casa no mundo. Que bom ler sua perspectiva e impressão sobre essa cidade! ❤️