O barulho da máquina de café espresso se mistura com a conversa animada de um grupo de amigas, com áudio de Whatsapp exageradamente alto do celular da mulher ao meu lado e com o zum-zum-zum dos garçons. Uma música agradável toca ao fundo, mas ninguém presta atenção.
Eu adoro ambientes barulhentos para trabalhar. Até mais que os silenciosos.
Às vezes, para me concentrar, coloco fones de ouvido e música.
Parece que o silêncio me prende em mil pensamentos, enquanto o barulho me força a focar. Foco. Por que hoje em dia é tão difícil mantê-lo?
Por que temos um zilhão de abas abertas no navegador?
Por que achamos que temos que saber de tudo e ter opinião sobre tudo?
Olhe ao redor. Hoje nos encontramos imersos em uma busca utópica pela produtividade, por darmos conta de tudo, por sermos super-mulheres e super homens, mas tudo o que conseguimos é fadiga, stress e burnouts pela carga mental exagerada. Óbvio, somos humanos, certo?
Certo. Mas com zilhões de informações, e afazeres, e cobranças, que nos atingem diariamente, estamos perdendo as nossas características mais humanas.
Vi a Martha Gabriel falando sobre isso outro dia no – pasme – TikTok (sou xóvem, meu bem).
Ela dizia sua frase icônica:
“Para não ser substituído por um robô, não seja um robô”.
Porém, disse a professora, “enquanto as máquinas estão cada vez mais inteligentes, nós estamos cada vez menos humanos”. Então, o que precisamos resgatar em nossa essência?
- Pensamento crítico, que é uma coisa que as máquinas AINDA não têm (vou deixar a Martha falar mais sobre isso no vídeo abaixo).
- Emoção, pois hoje em dia, as pessoas estão mais apressadas, compromissadas e sobrecarregadas, sem tempo de se emocionar. Sem tempo de olhar nos olhos, de se permitir sentir o que acontece com você no momento presente. Hoje somos mais as nossas tarefas e deveres diários que nossas emoções.
- Empatia, que é se colocar no lugar do outro em suas dores e prazeres. Temos ficado tão grudados em nossas telas, longe do outro, dos olhares, dos toques, que estamos perdendo a capacidade de sermos empáticos.
- Ética: as máquinas precisam de ética e nós humanos também. Nem preciso discorrer sobre isso. Acho que você sabe o que é ética. Não a perca!
Recomendo MUITO que você assista a esse TEDx da Martha Gabriel sobre esse tema que deixei super resumido aí em cima.
E bora continuar o nosso papo sobre ser humano.
Hoje vamos falar um pouco sobre EMPATIA.
Como posso lhe ajudar?
Uma pergunta simples, que abre tantas portas, mas que também cria tensão.
Se minha ajuda for aceita, será que vou conseguir realmente ajudar? Não saber que tipo de ajuda a pessoa com quem estou me conectando precisa pode ser assustador. Vou dar conta? Vou ter tempo? E, vamos ser sinceros, vou querer mesmo ajudar?
Da mesma maneira, quem recebe a oferta de ajuda pode não acreditar que a pessoa queira mesmo ajudar. Quem nunca se frustrou ao pedir ajuda e não receber? Além disso, a pergunta pode ter sido totalmente protocolar e pareça temporária, egoísta e não verdadeira e generosa.
Por outro lado, pode ser que o problema não tenha solução. E aí?
Seth Godin fala disso neste post em seu blog e termina dizendo que a única maneira de saber se a ajuda é possível é tentar.
Como posso ajudar? Parte 2
É legal perguntar se alguém precisa de ajuda. Mas não seja como o Clippy, da Microsoft. Quem se lembra desse chato?
Como este artigo do SeattleMet sobre a história do Clippy explica, "o que faltava ao Clippy - as habilidades interpessoais para se adaptar - também é o que o torna engraçado hoje. Isso nos lembra de uma época em que os assistentes não podiam nos direcionar com anúncios ou imitar um morto a voz de um ente querido."
Em outras palavras: que saudades de quando a gente era interrompido só pelo Clippy e podíamos facilmente dispensá-lo, diferente de hoje, que os assistentes de voz são onipresentes.
Escutou isso, Alexa?
Humanidade entre cidade e campo
A Espanha tem sofrido com os incêndios florestais, que estão devastando não só as florestas, mas também as áreas rurais. São quase 250.000 hectares de terra só no país este ano. À medida que os incêndios queimam as áreas agrícolas, colheitas inteiras são perdidas.
Para ajudar os agricultores, o McDonald's Espanha criou La hamburguesa que no pudo ser - o hambúrguer que não poderia ser.
Uma caixa de hambúrguer preta vazia representa colheitas que foram destruídas e fazendas que perderam sua renda. Embora o McDonald's tenha se comprometido a pagar por parte das colheitas queimadas, também está convidando os clientes a apoiar os agricultores afetados. Ao adicionar um hambúrguer inexistente ao seu pedido regular, eles doam 1 euro.
Por que isso é importante?
Tirando a doação em si, vamos pensar que marcas como Mc Donalds, Burguer King e Coca-Cola são ícones da globalização e, vira e mexe, são relacionados a impactos negativos no planeta.
Mas o Proyecto Big Good, criado pelo Mc Donalds Espanha em 2020, para ajudar agricultores e produtores do país impactados pela pandemia, demonstra como uma multinacional pode utilizar todo o seu poder de marketing e onipresença para se conectar com os moradores locais e ajudar com os problemas reais e imediatos que eles enfrentam.
Hamburguer que não pode ser acompanha?
O que mais vi por aí:
👉 Junior Borneli, CEO da StartSe compara figurinhas raras da Copa a NFTs. Veja AQUI.
👉 Por que viajar te faz uma pessoa incrível. Concordo com tudo, especialmente com o número 8. Leia aqui (en)
👉 Você escreve e esse filtro do TikTok cria arte com ajuda de Inteligência Artificial.
👉 Um estudo comprova que cachorros choram ao se reencontrarem com seus donos. Chorei lendo o artigo.
👉 O melhor da semana: crie posts motivacionais para o LinkedIn com este “post generator". Você pode escolher se quer ser mais ou menos cringe.
Senti que hoje fui mais superficial com os assuntos, mas não por falta de empatia, viu? Estou na correria (hehehe), mas tentando tirar um tempo para escrever pra me conectar comigo mesma, com você e me sentir mais humana.
Além disso, penso em você toda vez que vejo algo legal. Deixo uma aba aberta ou já coloco o link no rascunho da newsletter, pra não me esquecer de compartilhá-lo.
Espero sempre vir aqui com algo legal pra você ler, se distrair, aprender, mas sem pressa, sem pressão e sem que um anúncio patrocinado interrompa a nossa conversa.
Espero que esteja gostando. Sugestões para a news são sempre bem vindas!
Um abraço e até a próxima!
- Andrea
(Se quiser falar comigo, basta responder este e-mail ou escrever para andrea@ideaonline.com.br)
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Amei, me identifiquei e encaminhei pra amigas! ❤️
Empatia e ética estão realmente em falta no momento