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Ah, importante: existem alguns links para artigos em inglês. Se você preferir lê-los em português, é só clicar com o botão direito do mouse e selecionar “traduzir para o português". Boa leitura!
Storytelling. Bonita essa palavra, né? Se você contorcer a língua no R fica chique.
Mas saiba que storytelling é mais velho que andar pra frente. Os homens das cavernas já praticavam essa habilidade quando desenhavam nas paredes das suas cavernas os relatos de suas caçadas.
Storytelling, ou contar histórias, é algo muito humano, um instinto, uma necessidade.
O homem das cavernas que descobriu como caçar algum animal selvagem e contou para os demais, passou a informação adiante e garantiu a sobrevivência de sua tribo.
Olha só: milhares de anos se passaram e a gente continua fazendo a mesma coisa: “siga-me para saber como crescer sua base de seguidores”. Não é isso que a gente vê todos os dias nas redes sociais? Gente que conta a sua história e leva diversos seguidores a seguirem seus passos, a fim de garantir a sobrevivência, seja no trabalho, nas redes sociais ou mesmo na própria sociedade.
É claro que as técnicas e estratégias para contar histórias foram se aperfeiçoando com o tempo. Descobrimos como fazer com que elas se tornem mais atraentes e interessantes através de diversos formatos: livros, peças de teatro, filmes, jogos, mídia ou até mesmo a tão deliciosa e maliciosa fofoca. Que foi? Vai dizer que você não é do tipo fofoqueiro? Duvido!
Independente do meio, o objetivo é sempre o mesmo: levar uma mensagem para a sua tribo, de preferência, de forma memorável.
A propaganda faz o storytelling de forma objetiva e brilhante. Poucas palavras contam histórias inteiras. Vou dar o mesmo exemplo que vi no Twitter do storyteller Nathan Baugh, que achei sensacional.
O iPhone, quando foi lançado, era um produto revolucionário. Hoje, os concorrentes estão na sua cola. Não há grandes recursos que diferenciem um iPhone 13 de um Samsung Galaxy S21. E, a cada lançamento, a empresa competia sempre nos mesmos poucos recursos.
Até elevar a sua aposta: privacidade.
"Privacidade. Isso é iPhone”.
A frase do anúncio conta duas histórias:
A Apple protege sua privacidade
Os concorrentes exploram sua privacidade
A história se tornou um recurso com o iOS 14.5. Genial, não?
Quer mais um exemplo?
“Dois hambúrgueres alface, queijo, molho especial, cebola, picles num pão com gergelim”. O Jingle antigo do McDonalds descreve tudo o que tem dentro de um Big Mac e, cá entre nós, todo mundo poderia fazer seu Big Mac em casa, se não fosse por um ingrediente: o molho especial. Todo mundo ama um molho especial, um ingrediente secreto, um mistério que explique a unicidade de um produto.
Na mesma linha há a história da fórmula secreta da Coca-Cola, guardada a sete chaves, em um cofre onde apenas poucas pessoas têm acesso. Já ouvi por aí que até a linha de produção da Coca é controlada, que os funcionários de uma parte da linha não conversam com os de outra. Há muita especulação e muito mistério envolvendo a deliciosa sensação de se abrir uma lata de Coca gelada no verão.
Olha que Storytelling bem feito:
Apenas maravilhoso, não acha?
CONTAR HISTÓRIAS COM BASE EM DADOS
Ou “data strorytelling”, pra quem preferir a versão gringa.
Na verdade, a gente tem que saber que storytelling não é feito apenas com palavras. Uma exposição, por exemplo, pode ter uma linha narrativa, assim como uma loja pode oferecer uma experiência de compra que também diz muito sobre seus valores e a história que conta sobre si aos seus consumidores.
A FoST (Future of Storytelling), uma organização americana que reune profissionais da mídia, tecnologia e comunicação que exploram como a narrativa está evoluindo na era digital, tem uma frase no seu site que diz:
“A medida que a tecnologia evolui, como vamos criar, compartilhar e experimentar a coisa mais fundamental da cultura humana - a história?”
É a mesma coisa com os dados. Hoje em dia nós somos inundados por dados e informações de todos os lados. A tecnologia também tem aumentado a coleta de dados de forma exponencial. A grande pergunta é (vou parafrasear a Fost): como vamos criar e compartilhar dados de forma adequada para gerarmos mais insights e informações para as pessoas.
O “data storytelling” entra aí, apresentando dados confiáveis e bem trabalhados em um formato visual e intuitivo.
Esse artigo (e infográfico) AQUI vale a pena ser lido se você quer saber mais sobre o tema. Está em inglês, mas você pode clicar com o botão direito do mouse e selecionar “traduzir” para ler em português.
HISTÓRIA DO MÊS
Se tem alguém que é bom contador de histórias, essa pessoa é Chico Felitti.
Eu, que já era fã do podcast Além do Meme, em que ele conta histórias por trás de vários memes brasileiros, como a Grávida de Taubaté e o Garoto do Bar Mitzvá (da musiquinha do Nissin Orfali, lembra?).
Agora ele está por trás de um podcast que é pura contação de história, mas é, na verdade, um podcast investigativo. Estou falando de “A Mulher da Casa Abandonada”, que virou hit ao contar a história de uma senhora que mora sozinha em uma casa em Higienópolis e é procurada pelo FBI há anos.
Comecei a ouvir essa semana e estou adorando. Segue aqui:
A MINHA HISTÓRIA DE HOJE
Hoje completo 10 anos de casada e aqui em casa a gente tem uma tradição: assistimos sempre o filme curto do casamento. Um resumo de 5 minutos do que foi a cerimônia e a festa. O Paulo sempre reclama das mesmas coisas, me cobra dos votos que eu fiz, eu falo pra ele ficar quieto e meus filhos ficam nos perguntando porque não estão lá e porque não os convidamos.
Um dia feliz.
Nos vemos na próxima semana!
- Andrea
❣️❣️❣️❣️