“Gostei, mas tem palavrão".
Foi esse o comentário que recebi de uma pessoa desconhecida no meu post do LinkedIn, com o texto de uma das minhas newsletters.
Respondi que era só um desabafo e que eventualmente apareceriam outros. O rapaz achou legal, pediu para se conectar comigo, pois também escreve e fala palavrão. Aceitei educadamente, embora tenha achado essa questão do palavrão um pouco estranha. Mas estamos falando aqui do LinkedIn, uma rede social de trabalho, negócios e carreira, certo?
No dia seguinte recebo uma mensagem do escritor de boca suja: “te mandei uma mensagem no Instagram".
Não dei muita bola. Eu, que respondo a todos no Instagram, não havia visto a mensagem dele, mas também não me dei ao trabalho de procurar. Deixei passar.
Mais um dia se passou e mais uma mensagem no LinkedIn: “acho que você não usa muito o inbox daqui nem do Instagram”. Usou palavrões para adjetivar as redes.
De novo não dei bola, mas não foi por mal. Os dias estavam bem corridos. Mas me incomodou o uso dos palavrões.
Sábado chegou e, com ele, uma mensagem do mesmo cidadão no WhatsApp! Isso mesmo. Uma mensagem de voz ainda por cima. Se desculpou por ser sábado, mas alegou estar organizando os contatos. Usou mais alguns palavrões para se referir às redes sociais.
Foi aí que eu fiquei assustada. O que era aquilo? Por que o cara estava me perseguindo pelas redes? Onde ele havia conseguido o meu número de WhatsApp?
O estômago embrulhou. O sentimento era de estar presa em um cômodo de uma casa invadida.
Medrosa como sou, bloqueei a pessoa nas redes e no WhatsApp, mas não foi o suficiente. No dia seguinte, um SMS de palavras chulas e malcriadas me insultavam por eu tê-lo bloqueado. Meus dedos ficaram trêmulos. Eu estava com as crianças no carro e, olhando-as pelo retrovisor, pensei na vulnerabilidade que as redes sociais nos deixam e nas consequências que isso poderia ter.
Se eu viajei na maionese, não sei. Salvei o contato do moço como “O incômodo do LinkedIn” e bloqueei o número em meu celular. Fiz uma varredura nas redes para eliminar meu número de telefone de qualquer lugar em que ele pudesse estar e, mesmo assim, isso não me ajudou muito a me sentir mais segura.
Pensei em bloquear meu Instagram, mas como? Se eu quero que meus textos sejam vistos e compartilhados, se eu quero ganhar qualquer visibilidade nessa minha recém iniciada vida de escritora, não posso fazer isso.
Num mundo de algoritmos que mal-e-mal entregam conteúdos a quem já nos segue, a sensação para nós, criadores, é de agulha no palheiro. Mas como se proteger de quem vai encontrar a agulha?
Coincidentemente, a Cris Muniz da news Cuca Fresca escreveu, na mesma semana, sobre a coragem de se mostrar ou de desaparecer. Em seu texto, ela cita uma frase do livro “Body Work: The Radical Power of Personal Narrative", que me chamou muito a atenção, pois é exatamente o que eu sinto, embora tenha sido usada em um contexto diferente:
“É uma alegria se esconder e um desastre não ser encontrado”.
Enfim, seguimos.
Se isso fosse uma stand-up comedy, eu diria que só atraio loucos ou tarados e faria uma piada qualquer com você, que estaria na platéia. Em qual das alternativas você se encaixa?
Qualquer que seja a sua resposta, vou ter que me esconder.
Por isso, os temas dessa news são:
Primeiro vou pedir pro Will Smith te estapear
Depois vou fugir no carro mais longo do mundo
Vou pra qualquer lugar que essa mulher construiu
Quando eu estiver fugida, vou rir da thread da Beyoncé
Leve um tapa do Will Smith
Não quero entrar aqui na discussão sobre o Will Smith estar certo ou errado por estapear o Chris Rock na última cerimônia do Oscar, mas preciso compartilhar isso aqui com você.
O MVR, um canal do YouTube especializado em vídeos em 360 graus, lançou um novo vídeo que permite reviver esse momento histórico da perspectiva de Chris Rock.
Parece besta, né? Mas achei tão legal… Especialmente porque o vídeo conta com o áudio real do momento do tapa.
Eu, que não sabia que era possível fazer vídeos em 360º no YouTube, achei genial. Já fiquei imaginando várias ações de marca. Hihihi.
E agora, tome aqui o seu tapão:
(dica: assista em tela cheia)
O carro mais longo do mundo
Qual o comprimento do carro mais longo do mundo?
A resposta é: mais de 30 metros. Porém, o mais importante de tudo é que ele comporta 75 pessoas, tem uma piscina, uma banheira de hidromassagem e um heliponto. Não, você não leu errado. Um helicóptero consegue pousar no carro, como você pode ver nessa matéria da Mashable AQUI.
Por que isso é relevante?
Não é. É só uma curiosidade mesmo… Agora me diz: como faz baliza com um carro desse tamanho?
Casas estranhas como business
Se você já usou o Airbnb sabe que existem algumas acomodações um tanto incomuns, como cabanas e trailers. Eu adoro fuçar no perfil dessas propriedades. Olho as fotos com a atenção de quem tem interesse genuíno de reservar o local, mesmo que ele seja um iglu na Groenlândia.
Vez ou outra fico imaginando sobre o proprietário desses lugares. Será que ele chegou a viver lá ou é apenas um lugar para passar férias com a família? Eis que conheço Kristie Wolfe.
A mulher viu uma oportunidade de investir em um ramo bem específico: Airbnbs exclusivos. No lugar de “exclusivos” você também pode falar “estranhos", pois entre suas propriedades, você pode optar por se hospedar em uma batata gigante, um mirante de incêndio ou uma casa na árvore.
Não acredita em mim? Olha a batata, que charmosa:
Ela também tem uma toca de Hobbit:
Em entrevista para o New York Times, Kristie diz ““Decidi construir propriedades tão legais que as pessoas viriam até mim”.
Ela realmente conseguiu o que queria. Para você ter uma idéia, em 2013 ela encontrou um terreno de ½ acre fora da rota turística tão batida na Big Island do Havaí para construir uma casa na árvore, que lhe custou US$ 11.000,00. Ela então listou a propriedade no Airbnb e, em 100 dias, recuperou todo o investimento.
Veja algumas de suas estratégias de gestão das suas propriedades, de acordo com a The Hustle (artigo AQUI):
Ao construir com baixo orçamento, você tem que ser criativo
Construir em lugares muito procurados por turistas é mais caro e a concorrência é mais intensa. Vá pra longe deles e atraia as pessoas pela sua oferta em si: a casa é o destino e não o local.
Sempre que tem uma nova propriedade, ela contrata alguém para escrever um texto para a imprensa para a divulgação
Oferece algumas estadias gratuitas para obter feedback do usuário e fotos de alta qualidade
Terceiriza sua gestão de propriedades para uma plataforma automatizada chamada Guesty
Ela encontra um “zelador” local para limpar e adicionar toques especiais à propriedade (flores frescas, café, etc.)
Além das propriedades legais, Kristie também é uma “superhost” no Airbnb. O atendimento ao cliente e os serviços prestados são tão bem avaliados na plataforma quanto suas propriedades.
Além disso, depois de alguns anos dedicada exclusivamente a esse negócio, ela acumulou o know-how necessário para ensinar outras pessoas a encantar clientes, conseguir boas recomendações e gerenciar de forma eficiente e prática suas propriedades. Adivinhe só o que ela criou.
Acertou quem disse “um curso online".
Beyoncé, a thread
Porque a gente precisa dar umas risadas. Clique pra ver coisas da Beyoncé que só dá pra acreditar que aconteceram porque tem imagens. (No Twitter)
Uma pequena homenagem antes de acabar.
🎈 Hoje é aniversário da minha irmãzinha. Ariana braba e sincerona, mas de um coração enorme e doce. É minha melhor amiga desde 1983, quando fui presenteada com o seu nascimento. O presente foi tão especial que quis dar uma irmã ao meu filho também. Ela, por sua vez, ganhou dois sobrinhos pra ensinar tudo errado.
Parabéns, Ju! Espero que hoje acabe seu inferno astral, pois ninguém aguenta mais.
E por hoje é só, pessoal!
Espero que você tenha um feriado cheio de amor. Sem guardar rancor pelo tapa do Will Smith, hein? Páscoa é época de perdão.
Um abraço,
- Andrea
(PS: para falar comigo, apenas responda esse e-mail ou escreva para andrea@ideaonline.com.br)
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👩🏻💻 curadoria e textos por Andrea Nunes, empreendedora, marketeira, curiosa e aspirante a escritora.
Amei amiga!!!!
Me divirto com seus textos